Lendo Sílvio Osias, hoje, lembrando ‘Lennon, 40 anos esta noite’, lembrei-me de Antônio Vicente Filho, o AVF, com quem compartilhei muito batente de redação e alguma cerveja no balcão.
Lembro bem da gente no velho Correio de guerra, onde ele carimbava com o seu indefectível lamento qualquer notícia de morte sobre a morte de alguém de nossa estima, admiração profissional ou idolatria.
“Fogo, né? A gente perde nosso amigo… Enquanto isso, Pinochet (por exemplo) fica por aí, vendendo saúde…”, martelava ele, realmente sentido com a falta que humanos como John Lennon (por exemplo) podem fazer à humanidade.
Faz tempo, não me comunico de alguma forma com AVF, que veio do seu Piancó, final dos setenta, para brindar amigos e colegas em João Pessoa com sua verve e incrível memória sobre expoentes e eventos da música popular brasileira.
Nesse tempo tanto, perdemos muitos dos nossos colegas mais queridos. Cristovam Tadeu, Bosco Gaspar, Wellington Seixas, Castor, Crispim, Ricardo Prado, Magidiel Lopes, Humberto Lira…
Lista tristemente imensa, merecedora dos três pontinhos que remetem ao infinito e além, para além das reticências da saudade, jamais da dúvida sobre tão imerecidos fenecimentos.
Porque pessoas do bem jamais terão dúvida quanto à dor verdadeira da perda dos bons e a sensação assistirmos, hoje no Brasil, a milhares de perdas evitáveis, mas desgraçadamente consumadas pela desgraça da Covid.
Por favor, AVF, tantos outros colegas, todo mundo, mas por favor mesmo… Cuidem-se. Cuidemo-nos. Para que vocês nem eu sejamos tentados a pronunciar – diante da pior notícia (pros seus ou meus) – aquela ‘frase dizendo assim’:
– Perdemos R… Fogo, né? Enquanto isso, esse psicopata genocida fica por aí, vendendo saúde…
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Uma resposta para PERDAS E LEMBRANÇAS, por Rubens Nóbrega
Excelente texto, Rubens!
Pois é, a velocidade de perdas vem se acelerando, tornando se cada vez mais frequente…
Ah! É a vida, dirão.
Mas é difícil aceitar…