Este é, realmente, um ano diferente. Pois não é que os ipês já começaram a florar?! Coisa que só deveria acontecer em dezembro, pela primeira vez as suas primeiras flores douradas deram o ar da sua graça em outubro.
Pela primeira vez um ipê floresceu na frente do meu prédio, debaixo do meu nariz! Acordei e dei de cara com aquele dourado enfeitando a minha paisagem.
É como se a natureza, exausta de tantas ofensas, tanto horror e iniquidade, quisesse antecipar o Natal e o Ano Novo, para encerrar logo este ano de 2020, que não deveria ter existido. 2019 deveria ter pulado logo para 2021.
Realmente, um ano estranho, esquisito, desagradável. Logo 2020, duas dezenas tão bonitas! Me lembram belos cisnes brancos, em noite de lua. Será que os numerólogos imaginavam isso?
Por falar em numerólogos, que tal fazermos uma revisão das previsões do final do ano passado pelos adivinhos, astrólogos, ciganos? Será que algum deles previu algo do que estava para acontecer?
A epidemia política, esta, sim, estava mais fácil de prever. Não precisava ser astrólogo, bastava analisar como foi 2019 para saber que este ano seria o que está sendo, do ponto de vista político.
Está sendo um ano de mentiras como há muito tempo não víamos, muito pior do que 2019. Mentiras até oficiais. Mentira como ação de governo. Ou desgoverno!
Este ano mostrou uma piora da disseminação do ódio numa intensidade que jamais se poderia imaginar que acontecesse. O mundo rachou, foi dividido. Especialmente o Brasil, que está partido em dois pedaços nacionais. Esta divisão é a principal marca do ano 2020.
Aconteceu este ano tudo o que de pior que poderia acontecer. Todos os artigos da caixa de pandora deixaram o seu lugar quentinho e escorreram pelo Brasil.
Quem imaginava que os desastres ambientais se transformariam numa verdadeira tragédia como nunca visto antes?! Parece até que o zepelim prateado da música de Chico chegou numa nuvem fria e resolveu agir. E está fazendo tudo sem dar chance a uma Geni de nos salvar.
Paralelo a tudo isso, a Prefeitura de João Pessoa resolveu antecipar a decoração da cidade. E ressuscitou os perfis luminosos das árvores da Beira-Rio e da Epitácio Pessoa e também da Praça da Independência, lembrando casais de namorados enlaçados. Lindo!
Novembro está voando, como uma missa de padre apressado, rezando rapidamente, por ter algum compromisso para aquele horário.
Concorrendo para isso, a cidade resolveu vestir as suas rendas douradas para se despedir do ano. Se possível antes de dezembro.
- José Mário Espínola é médico e cronista
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Uma resposta para NATAL PRECOCE, 2021CHEGANDO, por José Mário Espínola
Falar mal do errado com poesia é pra bem poucos.
Parabéns Zé Mário!