O professor e escritor Francisco Jácome Sarmento (Foto: Divulgação)

Em tempos de pandemia, o mundo está inovando nas formas de conviver socialmente e produzir. No âmbito educacional, nunca o computador, o celular e afins se mostraram tão essenciais, imprescindíveis para o ensino a distância, e as universidades buscam plataformas computacionais que lhes permitam retomar virtualmente suas atividades de ensino.

É nesse contexto que o professor da Universidade Federal da Paraíba Francisco Jácome Sarmento, doutor em Engenharia Civil pela Universidade de Hannover (Alemanha), lançou, nesta quinta-feira (4) os dois primeiros volumes dos cinco que integrarão a coleção intitulada “Engenharia Civil e Ambiental – Uma abordagem computacional”.

O objetivo da obra é familiarizar estudantes e profissionais com a programação instrumental do computador, ou seja, a programação como ferramenta de trabalho e pesquisa. Diante do necessário isolamento social, os dois primeiros volumes, com 356 e 440 páginas, respectivamente, foram lançados na plataforma digital Amazon e, somente quando for possível, será agendado o lançamento da versão impressa.

“Se, no passado, as máquinas substituíram a força física humana nas linhas de produção, no presente os algoritmos baseados em Inteligência Artificial ocupam crescente espaço no mercado de trabalho antes exclusivo da capacidade cognitiva humana”, enfatiza o autor.

Desafio

De acordo com Sarmento, é um grande desafio para as universidades formar engenheiros com o perfil profissional caracterizado pelo uso pleno dos computadores como instrumentos programáveis e o mercado de trabalho segue, de forma crescente, buscando formandos “turbinados”, que sejam capazes de realizar tarefas longas e repetitivas, fazendo uso da programação computacional.

“Os computadores pessoais se tornaram extremamente acessíveis e, mais do que nunca, exponencializaram seu maior potencial: o de serem máquinas programáveis, capazes de realizar, praticamente à velocidade da luz, as tarefas que alguém lhes traduza em uma linguagem de programação, dentre muitas disponíveis gratuitamente na web, e é fundamental que nós, professores, orientemos os alunos nesse universo, a fim de que eles ampliem as possibilidades em sua vida profissional”, ressalta.

Os livros lançados foram construídos com a experiência de mais de trinta anos como docente e escritos com a didática utilizada em sala de aula, portanto, uma característica comum a todos os volumes que compõem a coleção é que “os exemplos e estudos de caso abordados advêm do mundo real da engenharia e são resolvidos por algoritmos de programação detalhados linha a linha, facilitando a compreensão”, destaca o professor.

Sobre os livros

Os dois primeiros volumes lançados hoje tratam da ferramenta de programação utilizada (Volume 1) e dos métodos numéricos empregados na solução dos problemas de engenharia (Volume 2). O professor Sarmento adianta que os volumes a serem lançados ainda neste ano se encontram em fase de editoração e abordam métodos estatísticos (Volume 3), modelos de otimização (Volume 4) e, em fase de escrita, tópicos de Inteligência Artificial (Volume 5).

Sobre o autor

Francisco Jácome Sarmento é graduado em Engenharia Civil pela UFPB, mestre pela Universidade do Ceará e doutor pela Universidade de Hannover (na Alemanha).

Além de pesquisador e professor universitário há 34 anos, com diversos trabalhos publicados no Brasil e no exterior, sua capacidade técnica o levou a elevados cargos públicos, desempenhando trabalhos históricos como coordenador de Engenharia de Recursos Hídricos da Transposição do Rio São Francisco junto ao Ministério da Integração Nacional (1997-2000), Chefe da Assessoria Técnica da Vice-Presidência da República (2003-2009), além de Secretário de Estado (PB) do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais (2000-2002), de Infraestrutura e de Ciência e Tecnologia (2009-2010).

A partir dessas experiências, também é autor dos livros “Transposição do Rio São Francisco: Realidade e obra a construir” (2005) e “Transposição do Rio São Francisco – Os bastidores da maior obra hídrica da América Latina” (2018).

• Matéria publicada originalmente em paraiba.com.br