A criança pula da cama faltando 5 minutos para a aula começar, troca a camisa do pijama e corre pra frente do computador, depois de uma noite de pesadelos por causa do Jornal. Pelo menos a câmera poderá ficar desligada caso o cabelo amanheça irremediavelmente assanhado.
Com sorte, a internet da professora estará boa, vamos aguardar todo mundo entrar na sala virtual. E cadê Fulaninho que ainda não chegou? Peraí, que a professora vai ver se a mãe dele disse alguma coisa lá no grupo de zap. Antes do início da aula, já se passaram 3 rixas na modalidade chat e 5 guerras de desligamento de microfones.
Chegou Fulaninho. Bom dia, fez a tarefa? Como assim, a sua mãe não lembrava desse assunto, Fulaninho, a gente não passou a manhã todinha aprendendo isso ontem? Como é, Sicraninha? Seu pai trabalhou no computador a tarde toda e por isso você não pôde fazer a tarefa! Entendi…
No meio da aula online, a criança se aborrece com a coleguinha e abandona a turma. Deixa a professora-computador falando sozinha e vai reclamar para a mãe que odeia todo mundo, que nunca mais vai voltar pr’aquela escola. A propósito, será que agora ela já pode ir pra casa da prima?
Deixemos para a posteridade as avaliações sobre o tal do ensino remoto. Por hora, basta narrar.
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