Adoro os filmes do cineasta Kléber Mendonça Filho. Adorei ‘O Som ao Redor’ e ‘Aquarius’, principalmente, bem superiores ao badalado e incensado ‘Bacurau’, em cartaz nas melhores salas de exibição da Capital e de Campina Grande.
Que me perdoem os klebistas mendoncistas mais fanáticos, mas saí de uma sessão ‘Bacurau’, semana passada, com a sensação de ter assistido a uma imitação – nordestinamente ambientada – daquelas produções sanguinolentas-gosmentas de Quentin Tarantino, tipo ‘Django Livre’ ou ‘Os oito mais odiados’.
Outra coisa: nem precisava contratar ator americano pra dar um plus chiquitoso e oneroso à obra. E se era pra mostrar as vilanias de um bando de celerados loucos pra matar gente, Bacurau bem poderia ter feito o link das chacinas que exibe com a pistolagem dos coronéis de antigamente, bem nordestinamente.
Precisava importar bandidos não, mesmo ficcionais. Além do mais, para dar um toque político sobre a nossa triste atualidade, os criadores de Bacurau bem poderiam ter trocado os personagens estrangeiros por milicianos cariocas e capixabas, altamente prestigiados e até homenageados pela familícia que tomou conta do poder no Brasil.
De qualquer modo, não quero desestimular seu ninguém. Bacurau é pra ser visto, de todo modo. Por ser uma produção nacional, já premiada no exterior, e por trazer no elenco alguns dos nossos melhores atores. Destaque para a insuperável Sônia Braga e uma menção honrosa para o nosso paraibaníssimo Buda Lira. Apesar do papel de poucas falas que lhe deram, o personagem dele protagoniza uma das cenas mais impactantes do filme.
TORRE DAS DONZELAS NO BANGUÊ
‘Torre das Donzelas’, documentário lançado em 2018, será exibido amanhã (19), às 19h30, no Cine Banguê do Espaço Cultural, em João Pessoa. É a história do horror que Dilma Roussef e outras mulheres viveram no Presídio Tiradentes, na capital paulista, durante a ditadura.
Dirigido por Suzanna Lira, ela mesma filha de um preso político desaparecido, a Torre leva ao público depoimentos inéditos da ex-presidente da República e de companheiras de cárcere sobre torturas que sofreram e o que fizeram para sobreviver e lutar por vida e liberdade.
“Em um dos momentos mais impactantes, Dilma explica que o pior momento no presídio era a espera entre uma sessão e outra de tortura, que podia demorar minutos ou horas”, antecipa o jornalista Rodolfo Vicentini, do Uol, que cobriu o lançamento da ‘Torre das Donzelas’ na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 26 de outubro do ano passado. E complementa:
– Dilma conta que o preso não deveria pensar em ficar quieto por 24 horas, caso contrário não aguentaria a pressão e revelaria informações sobre suas companheiras. Teria que ser aos poucos, pensar em curto prazo – conta Vicentini, que narra ainda a saga da diretora Suzanna para convencer um grupo de ex-presidiárias a gravarem sobre o que passaram nas mãos de torturadores e como resistiram a tantas e tamanhas atrocidades.
Quem não puder nesta quinta-feira, terá nova chance de assistir ‘Torre das Donzelas’ na próxima terça-feira (24), às 19h. O Cine Banguê do Espaço Cultural José Lins do Rêgo tem como endereço a Rua Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho, João Pessoa. Informações, ligue para (83)3255-8727.
ASSISTA AO TRAILER DE ‘TORRE DAS DONZELAS’
É BOM ESCLARECER
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