Cida chegou chegando e ensinando

Vinicius Fernandes: medições para adequações necessárias a uma acessibilidade plena para todos e todas (Foto: PB Agora)

Professora que é, com doutorado e tudo o mais, Cida Ramos chegou chegando – e ensinando – na Assembleia Legislativa da Paraíba. Pra começar, ensinando que uma Casa de Leis não pode ignorar a lei, principalmente a lei maior, aquela segundo a qual todos são iguais perante a lei, embora na prática – todo mundo sabe – alguns sejam mais iguais do que muitos.

Por fazer parte dos alguns em condições de cobrar e lutar pela igualdade que todo Poder deve prover sem tergiversar, Cida ensinou, logo na estreia, ontem (4), que um parlamento não pode desconhecer – muito menos desrespeitar – direitos conquistados por  45 milhões de brasileiros, dos quais mais de um milhão são paraibanos e paraibanas com deficiência, tal e qual a deputada.

A acessibilidade que faltou para Cida no reformado plenário da Assembleia é direito elementar da deputada e de todos aqueles que ela representa com toda legitimidade. E foi por eles, por esse quarto de população da Pequenina, que a deputada mais votada nas últimas eleições cobrou, exigiu e vai conseguir as adequações imprescindíveis à mobilidade humana integral no lugar que doravante será o seu ambiente de trabalho.

A reforma da reforma deverá ficar pronta em 15 dias, contados a partir de hoje, conforme determinação do deputado Adriano Galdino, novo presidente da Assembleia. Segundo o engenheiro civil Vinicius Fernandes, que comandou a obra por delegação do ex-presidente Gervásio Maia, será criada uma rampa adicional com corrimão para facilitar e encurtar o caminho de todos e todas até a tribuna.

Além disso, o púlpito será rebaixado para 85 centímetros de altura. Grandões como o deputado Jeová Campos, do mesmo PSB de Cida Ramos, não devem se preocupar, todavia. Vinicius vai providenciar microfones de pescoço longo. Para tudo ficar nos conformes das funcionalidades relevantes para o trabalho legislativo, que nesse caso foi interrompido por uma quinzena sob protestos murmurantes de alguns deputados de oposição.

No final, contudo, todos se renderam à força do argumento de quem forçou e protagonizou os necessários ajustes. “Enquanto esta Casa estiver com esses batentes que me impedem de exercer plenamente o direito de usar a tribuna, o meu direito de ir e vir da tribuna, esta Casa precisa estar fechada para que ela esteja com a acessibilidade garantida a todas e todos”, disse a deputada Cida Ramos.

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Uma resposta para Cida chegou chegando e ensinando

  1. Robson escreveu:

    Interessante é que, segundo matérias, ela mesmo havia aprovado as reformas. Vem em péssima hora, passado a impressão que querem deixar esfriar as denúncias contra a Cruz Vermelha Brasileira. Quem vai pagar estas “férias” do legislativo? Nós!