Olho em volta e me preocupo, sem generalizar. Vejo uma juventude que não se interessa por leitura, com escrita adaptada em linguagem internética. Pensar é verbo em desuso; repassar, verbo muito atual.
Esses jovens não constroem mais ideias, muito menos ideais. Não dialogam, quase só teclam, não se relacionam, apenas eventualmente ficam. Gostam de trocar o dia pela noite, literalmente. Não vivem, sobrevivem.
Pergunto: em que se transformará esta geração na meia idade?
Hoje, pego-me lembrando das rodas de amigos conversando na rua, amigos de colégio que viravam família para a vida inteira. Protesto de rua pela Democracia era para jovens.
Acordávamos cedo, cumpríamos horários de colégio, aprendíamos logo que tínhamos responsabilidades e que era preciso ter objetivos na vida. Pensávamos no futuro, no trabalhar para ganhar.
Vejo hoje uma juventude que quer sempre o atalho do caminho fácil, nem sempre legal. Domina a cultura do ter para se sentir no poder, algo que estimula as armadilhas da ilegalidade.
Que essa reflexão sirva para imaginar o que poderá ser o nosso mundo daqui a três ou quatro décadas.
Que adultos serão esses jovens com esse perfil?
- ♦ Joaci Tavares de Araújo Júnior é contabilista
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