Por Ronaldo Cunha Lima Filho
Durante os muitos anos em que morei no Rio juntamente com minha família – o poeta Ronaldo Cunha Lima e Glória, minha mãe, e meus irmãos Cássio, Gal e Savigny – tínhamos como programa frequente e predileto visitar o Museu Nacional, incrustado no aprazível e extenso Parque da Quinta da Boa Vista.
Aquele conjunto de rara beleza constituía-se na residência oficial da família imperial no Brasil. Quando recebíamos nossos parentes queridos e outros amigos em visita à Cidade Maravilhosa (que saudade desse titulo!), era obrigatória a visita ao museu, que graças à omissão do Estado foi totalmente destruído ontem (2) pelo inclemente e impiedoso fogo.
Ainda estou sob o impacto dessa trágica notícia. Ainda estou cético, duvidoso. Não será uma fake news? Não! É o mais triste e desalentador indicativo do caos que tomou conta do poder (?) público do Rio. Há tempos os sinais de alerta eram dados. Reportagens já chamavam a atenção para o desleixo. Nada se fez!
200 anos de história viraram cinzas; 20 milhões de itens (dos quais apenas 1% estavam expostos) viraram pó! Que tragédia, meu Deus! Quanta irresponsabilidade! Culpados? Apontá-los agora em nada irá mitigar essa destruição que levou um pedaço de cada um de nós.
Estou de luto! Não só eu. O Brasil e a humanidade também estão.
Em tempo
A responsabilidade direta pela tragédia é do Governo Federal, ente ao qual o museu é atrelado. A Prefeitura e o Governo do Estado do Rio têm responsabilidades subsidiárias.
- Ronaldo Cunha Lima Filho é advogado
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