Fui às lágrimas na manhã de hoje (11) ao ler a história dos Meninos de Caiçara, narrada por Phelipe Caldas em textos de muita competência e sensibilidade jornalísticas no GloboEsporte.com.
Emocionei-me particularmente com gesto e iniciativa de pais de alunos do Motiva, colégio particular da Capital que teve a sua equipe de Basquete de 12 a 14 anos derrotada pelo time da Escola Municipal João Alves, educandário da rede pública daquela cidadezinha que o IBGE insere na microrregião de Guarabira.
A final da modalidade foi disputada no dia 30 de maio deste ano em João Pessoa. Os atletas do interior ganharam por 31 a 19 de seus coleguinhas da Capital. Ganharam também o direito de participar dos Jogos Escolares Brasileiros em Curitiba (PR), a partir da próxima sexta-feira (15).
Mas, sem dinheiro, patrocínio privado ou ajuda de qualquer governo, do municipal ao federal, no início deste mês os Meninos de Caiçara abriram mão da vaga em favor dos Meninos do Motiva. Mas aí o mundo deu uma volta e a história uma reviravolta espetacular, tendo como protagonistas pais e mães do colégio pessoense.
Eles não só recusaram a chance de mandar seus filhos ao JEBs como decidiram fazer tudo para proporcionar aos verdadeiros vencedores da etapa estadual a tão desejada viagem ao Paraná. Iniciaram então uma mobilização online que viralizou nas redes sociais e emocionou todo o país, com repiques de apoio até no exterior.
Pais e mães solidários arrecadaram o suficiente para mandar os Meninos de Caiçara de avião para Curitiba, com todas as despesas de viagem custeadas pela campanha, que ainda investirá eventuais sobras no projeto social de onde surgiram os garotos mais do que vitoriosos.
O caso emocionaria qualquer um de qualquer forma, mas um detalhe me toca especialmente. Criança bem pequena, vivi ano e pouco em Caiçara no começo dos sessenta do século passado. Foi onde consegui voltar a andar, após meses de paralisia causada por uma aparente poliomielite que me derrubou em Bananeiras.
Pelo visto, Caiçara tem algo de milagroso. Na sua gente, suas terras ou no ar que por lá se respira. Milagres pequenos feito recuperar criança fadada a muletas ou cadeira de rodas. Ou tipo grande, capaz de produzir solidariedade em larga escala em um tempo marcado por tanto individualismo e intolerância entre humanos.
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2 Respostas para Meninos de Caiçara: uma lição de solidariedade
Parabéns, Rubens, pela divulgação dessa bela história. São coisas assim que me fazem manter a fé na humanidade.
Que maravilha, exemplo a ser seguido por todos, parabéns aos meninos de Caiçara, e a você Rubens, pela bela publicação.