A julgar pelas últimas declarações, o senador José Maranhão parece cada vez mais disposto a disputar pela quarta vez o governo estadual. O que impulsiona os desejos de Maranhão é uma combinação de circunstâncias e projeções para 2018, em parte já abordadas por mim neste blog, em março deste ano.
1) Mesmo ainda em plena forma física e intelectual, a idade avançada imporá a Maranhão, em algum momento talvez não muito distante, que ele comece a pensar em pendurar as chuteiras, o que pode tornar 2018 sua última chance de voltar a governar a Paraíba.
2) O PMDB tem nas mãos o governo federal e Michel Temer não é apenas um correligionário, mas também amigo pessoal e antigo aliado interno de Maranhão, e isso pode vir a ser importante fator de agregação política no futuro.
3) Diferente de Romero Rodrigues, Cássio Cunha Lima e Luciano Cartaxo, Maranhão pode aventurar-se numa disputa em 2018 porque, qualquer que seja o resultado, terá mais quatro anos de mandato como Senador pela frente. Isso explica a verdadeira briga-de-foice na oposição, sobretudo entre os prefeitos de Campina e João Pessoa, que se acotovelam pelo estado num esforço para se mostrarem viáveis em 2018 e conseguirem reunir em torno de si toda a oposição.
Assim como Romero e Cartaxo, Maranhão vislumbra o espaço eleitoral vazio que RC ainda não conseguiu preencher. Mas sabe que o único espaço eleitoral ainda não ocupado está no campo governista. Parece claro que na oposição não há lugar para o peemedebista. Principalmente se Romero e Cartaxo entrarem num acordo político, algo aparentemente ainda longe de acontecer.
Por isso, Maranhão trabalha numa reaproximação com Ricardo Coutinho na provável expectativa de uma composição com o PSB, onde ele (Maranhão) seja o candidato, ou numa aposta para o segundo turno em que possa receber o apoio de RC e do governo numa disputa contra Romero ou Cartaxo.
Maranhão já tem vários correligionários na base parlamentar de RC e essa é uma ponte que nem Romero nem Cartaxo têm, muito pelo contrário.
Ou seja, a aposta do Maranhão é que João Azevedo não se viabilize eleitoralmente e que a disputa real venha a ser entre o peemdebista, ex-governador com base eleitoral cativa no estado, como a eleição de 2014 demonstrou, contra um dos nomes da oposição (Romero ou Cartaxo).
Por essa projeção, João Azevedo seria a terceira força na disputa principal, como aconteceu na eleição de 1990, quando o então governador Tarcísio Burity permaneceu no governo e lançou João Agripino Neto, que foi derrotado, mas obteve 11% dos votos e levou a eleição para o segundo turno.
Enfim, Maranhão sabe que seu espaço não está na oposição e, por isso, seu distanciamento parece inexorável, sem que isso implique hoje – frise-se, hoje – qualquer possibilidade de uma aliança formal para o primeiro turno, em 2018.
RC e Maranhão se preparam para o futuro, qualquer que seja ele.
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