De acordo com números apresentados por delegacias especializadas de João Pessoa e Campina Grande, e considerando que se não houvesse sub-notificação seria muito mais, pelo menos uma pessoa idosa é vítima de algum tipo de crime a cada dia em cada uma das duas maiores cidades da Paraíba. Os crimes mais comuns são os maus-tratos físicos, fraudes e exploração financeira.
Os dados sobre a violência contra o idoso na Capital e em Campina foram repassados ontem (23) pelas respectivas delegacias do Idoso ao gabinete da deputada Daniella Ribeiro (PP), que promoveu na tarde dessa quarta-feira uma audiência pública sobre o assunto na Assembleia Legislativa.
Segundo relatório estatístico elaborado pela delegada Vera Lúcia de Lima Soares, titular da Delegacia de Atendimento a Pessoa Idosa (Deati), de João Pessoa, ano passado foram instaurados 314 procedimentos policiais para apurar casos de violência envolvendo idosos na Capital.
Este ano, já somam 150 os inquéritos policiais ou termos circunstanciados de ocorrência (TCO’s). Os primeiros visam apurar crimes mais graves, com penas superiores a dois anos de reclusão, a exemplo de estelionato e espancamentos de mulheres idosas que colocam os agressores sob os rigores da Lei Maria da Penha.
Já os chamados TCO’s abertos na Deati investigam delitos de menor potencial ofensivo contra os idosos. Nesse rol, enquadram-se a calúnia, a difamação e a injúria, além de crimes de ameaça e lesão corporal.
Em Campina
Este ano, de 1º de janeiro até a última terça-feira (22), a Delegacia do Idoso de Campina Grande concluiu e encaminhou à Justiça 134 inquéritos e 30 TCO’s. Além disso, agiu em 24 medidas protetivas de urgência, está investigando denúncias registradas em 94 boletins de ocorrência e já investigou 84 denúncias anônimas.
Ao disponibilizar as estatísticas policiais na sessão especial desta quarta-feira, Daniella Ribeiro ressaltou que os idosos não são vítimas apenas de agressão física e e golpes contra suas posses ou rendas. A sociedade deve preocupar-se também com o abandono e a falta de cuidados que afetam essas pessoas, situações que configuram também formas de violência, no entendimento da deputada.
Dentro de casa
Um dos mais ativos participantes dos debates dessa quarta na Assembleia, o cardiologista Marcelo Queiroga, diretor do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), citou dados oficiais que mostram a ocorrência de mais de 80% dos casos de violência contra idosos dentro da própria casa.
“Por incrível que pareça, a violência vem mais dos filhos através do abuso econômico e violência financeira, quando as pessoas se apropriam de proventos de idosos, além da própria negligência”, disse.
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