Abatedouro de Monteiro: concluído e fechado há nove anos (Foto: Caprilvirtual)

Construído e equipado pelo Governo do Estado desde 2008, o Abatedouro e Frigorífico de Caprinos e Ovinos de Monteiro até hoje não abateu uma única cabra ou ovelha para impulsionar a economia do Cariri Paraibano e fazer jus a mais de R$ 1,5 milhão investidos na obra.

O abandono do equipamento foi denunciado nesta sexta-feira (4) pelo zootecnista e professor universitário aposentado Antônio Carlos Ferreira de Melo (foto), que já dirigiu o Programa de Agricultura Familiar (Pronaf) na Paraíba e tem certeza de que o funcionamento do Abatedouro de Monteiro colocaria num patamar superior a produção e a comercialização da caprinovinocultura caririzeira.

“No inicio da tarde de hoje tive o desprazer de receber ligação telefônica de um produtor rural de Monteiro indagando-me sobre o Abatedouro de Caprinos e Ovinos de lá, que mais um pouco completa dez anos com toda a sua estrutura prontinha para entrar em funcionamento sem que até hoje tenha abatido um só animal”, relatou Antônio Carlos.

Lembrou que o equipamento – “fantástico”, na sua definição – fortaleceria enormemente a cadeia produtiva de caprinos e ovinos de todo o Cariri, com retorno garantido dos recursos lá aplicados através de um financiamento do Governo Federal com contrapartida estadual.

“Sei que assunto é recorrente nos seus espaços, mas não posso deixar de insistir nisso, porque não tenho como esquecer dos esforços que fiz juntamente com nossa equipe e o então secretário Francisco de Assis Quintans (Desenvolvimento Agropecuário e Pesca) para que essa obra fosse concluída e pudesse incrementar a produção de tão importante segmento econômico em nosso Estado”, disse.

Antônio Carlos revela que há dois anos procurou saber de técnicos da Sedap (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca) a razão de o atual governo não ter feito a inauguração e colocado em funcionamento o abatedouro. “A resposta que me deram foi que ainda estavam discutindo como seria a gestão do equipamento e a quem seria entregue”, contou.

Diante da informação, ele confessa que ficou pensando “como pode uma coisa dessas”, porque na execução do projeto o Governo do Estado levou dois anos para construir, comprar e instalar os equipamentos do abatedouro, enquanto a gestão atual leva mais de sete anos para decidir – e ainda não decidiu, pelo visto – o que fazer com aquele bem público.

“Só posso concluir que ou o governo não tem competência para tal ou colocou o abatedouro na mesma linha de desmantelo que se encontram a Sedap, Emater, Emepa, Defesa Agropecuária e todo o sistema produtivo desse setor, fazendo exatamente o contrário do prometido em campanha eleitoral”, lamentou Antônio Carlos.