Este ano, 206 pessoas se submeteram a métodos contraceptivos definitivos, nos hospitais públicos de João Pessoa. Destas, 18 (8,7% do total) foram homens, que fizeram vasectomia. Por que quando a família se completa e o uso da pílula ou da camisinha não é mais indicado para um casal evitar a gravidez, as cirurgias femininas ocorrem com muito mais frequência que as masculinas?
Sem dúvida, os métodos contraceptivos são uma conquista feminina. O problema é quando o planejamento familiar deixa de ser uma responsabilidade compartilhada, recaindo somente sobre a mulher. Por essa razão, embora a cirurgia masculina seja mais simples e mais barata, a laqueadura das trompas é a opção mais comum, nas famílias. O acesso à ligadura tubária é mais fácil, o caminho é mais curto, com a marcação do procedimento direto nos hospitais. Enquanto a vasectomia ainda é tabu.
O ginecologista e obstetra, Eduardo Sérgio de Sousa, resume em dois os motivos dessa realidade: falta de organização dos serviços e pouca informação. Ele explica que existe um problema institucional: há poucas opções para os homens fazerem vasectomia, e outro cultural: o preconceito, o estigma de que a cirurgia afeta a performance sexual masculina.
“A responsabilidade pelo planejamento familiar sempre foi da mulher. Em relação à laqueadura, a vasectomia tem menor custo e menor risco de complicações. O problema é que não se organizam os espaços e não se investe em informação para o homem entender que a cirurgia não vai afetar sua vida sexual”, afirmou.
O acesso à laqueadura, na Capital
Segundo a área técnica de Saúde da Mulher, da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, as mulheres podem realizar a esterilização cirúrgica voluntária quando desejarem, contanto que sejam maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos e, “se em convivência conjugal, com o consentimento do marido”.
O procedimento pode ser feito por meio da regulação, a partir do encaminhamento médico ou de enfermagem para Planejamento Familiar, mas as mulheres podem ir diretamente nos ambulatórios (demanda espontânea) para marcar a cirurgia, que demora em torno de 60 dias.
Onde:
– Instituto Cândida Vargas
– Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW)
– Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho (HPMGER)
– Maternidade Frei Damião.
O acesso à vasectomia:
De acordo com a área técnica de Saúde do Homem da SMS-JP, é permitida a esterilização voluntária em homens com capacidade civil plena e maiores de 25 anos ou, pelo menos, com dois filhos vivos. Não há demanda espontânea. Para realizar o procedimento é preciso passar por uma Unidade de Saúde da Família – USF, que encaminha o candidato ao local onde é realizado o procedimento.
Ao chegar ao serviço de referência, o homem é acompanhado por uma equipe multiprofissional e, após o prazo de 60 dias, decidirá entre realizar ou não a cirurgia. “É importante ressaltar que em nossas USF temos distribuição de contraceptivos para o homem, preservativos, além da realização de trabalhos educativos sobre planejamento familiar, métodos e contracepção, informando sobre a importância da camisinha masculina para evitar tanto a gravidez indesejada como infecções por doenças sexualmente transmissíveis – ISTs”, destaca a nota da SMS.
Onde:
– Hospital Santa Isabel
– Hospital Edson Ramalho
No ano passado foram feitas 660 laqueaduras e 97 vasectomias. Do total de procedimentos, as cirurgias masculinas chegaram a 14,6%.
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2 Respostas para O planejamento familiar nas costas delas
Tenho 24 anos e já estou na 4 gestação tenho 3 filhos vivos ainda esse ano completo 25 que e a meta para conseguir a laqueadura porém ganho bebê em agosto e só completo 25 em dezembro será que consigo uma laqueadura ???
Tem 21 anos e tres filhos que nasceram de cesariana os tres. Gostaria muito de fazer laqueadura. Sera que em algum desses hospitais eu conceguiria????