Forrozeiros em Campina (Foto: Ilustração/Besta Fubana)
Primeiro, Bráulio Tavares. Ano passado, ele publicou “Deixe junho pro São João”, cordel que reapareceu com força esta semana, véspera da abertura do Maior São João do Mundo de Campina Grande, que em sua edição 2017 traz ao Parque do Povo algumas das mais concorridas atrações do chamado breganejo.
Na mesma linha e também usando o cordel, outros poetas – a exemplo de Wellington Vicente – reagiram à ‘invasão’ dos festejos juninos por artistas e estilos distintos do tradicional forró, que muitos nordestinos e paraibanos gostariam de ver e ouvir como ritmo exclusivo dos arraiais e palcos onde deveriam se apresentar os autênticos expoentes da cultura musical nordestina.
Leia a seguir o poema ‘Deixe junho pro São João’, de Bráulio Tavares. Na sequência, a obra de Wellington Vicente, filho do saudoso poeta Zé Vicente da Paraíba, parceiro de muitas cantorias com Otacílio Batista e outros grandes nomes do repente paraibano.
De Wellington Vicente
(Sob o mote “Não discuto o seu gosto musical/Só lhe peço que devolva o meu São João)
Se você é chegado ao “breganejo”,
Se adora as meninas de Goiás,
Se é fã de Wesley e outros mais
Travestidos de estilo sertanejo.
Eu só peço que respeite o lugarejo
Onde tenha a bandeira do baião
Hasteada no mais alto pavilhão
Demonstrando sua marca cultural.
Não discuto o seu gosto musical,
Só lhe peço que devolva o meu São João.
Cada tipo de cultura tem seu meio:
Carimbó representa o Grão-Pará,
Parintins é a Meca do Bumbá
E Barretos é a terra do rodeio.
Nós gostamos da sanfona no floreio,
Da zabumba repicando no salão,
Do triângulo relembrando Gonzagão,
Da fogueira esquentando o arraial.
Não discuto o seu gosto musical,
Só lhe peço que devolva o meu São João.
- Poema de Wellington Vicente publicado no Jornal da Besta Fubana, de Luiz Berto Filho (http://www.luizberto.com/coluna/cordeis-volantes)
O Blog do Rubão publica anúncios Google, mas não controla esses anúncios nem esses anúncios controlam o Blog do Rubão.
Clique aqui e adquira o seu exemplar! 
4 Respostas para Poetas nordestinos defendem o forró da invasão do breganejo
Adorei!!!
Quando vejo na tv o São João tão descaracterizado, fico muito triste. Esse texto falou por mim!
Francis de Niteroi
Mestre Rubns, sou brejeiro dos Angicos, nas serras de Bananeiras. A primeira festa da qual tomei conhecimento foi o São João, coisa bonita de ver, bom de comer e ouvir o forró tocado pelo trio Pé de Serra. Era uma festa rural, curtida em família que se ampliava com amigos e vizinhos. Terreiro enfeitado, com flores e folhas do campo, fogueira queimando, esquentando as noites frias de junho no brejo, nas fraudas da Borborema. Mesa farta não com qualquer Cida mas as feitas de milho, propinas para a mesa do São João, canjica, manguás, pamonha, bolo de milho, milho cozido e milho assado. Noite de adivinhações abençoadas na fogueira decidindo sobre a vida é organizando os casamentos. Noite de,na fogueira, juntando Santo Antônio, São João e São Pedro, tomar por afilhado e sagrar compadre, relações definitivas e respeitadas, mais que laço de sangue. No salão da casa grande a quadrilha, a lá francesa e nomterreiro quadrilha matuta,mesta mais animada e dançada. O São João foi se urbanizando enquanto o campo se esvaziava. Mesmo na urbe veio forte, mas as quadrilhas se espetacularização, o forró se mistura o Trio Pé de Serra fica pequeno e a festa chega antes da véspera e vai além dela. Pronde vai? Vamos trazer o São João de volta ao seu arraiá, no campo e na cidade, vamos forrosar com xote, forró e baião.
Simplesmente Divino !!!
Sem ofensas aos q seguem outros estilos, mas o Forró de Raiz é o grande representante da cultura brasileira. Valioso demais e seu lugar precisa ser preservado ! Digo mais, precisa ser ensinado nas escolas fundamentais, para q as novas gerações saibam das suas origens e cresçam nesses valores verdadeiros de sobreviver à qualquer infortúnio , mantendo a generosidade no coração , o respeito pela natureza e o amor na sua essência mais bela.
Adorei!!