Ocupação é liderada pela Aduepb (Foto: Imagem/Paraibaonline/TV Itararé)

Em greve há quase dois meses, professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decidiram ocupar a Reitoria da instituição na manhã desta quinta-feira (1), em Campina Grande. Segundo os docentes, a ocupação segue por tempo indeterminado e o protesto só terá fim quando as reivindicações da categoria forem atendidas.

Presidente da Associação de Docentes da UEPB (Aduepb), Nelson Júnior admitiu em entrevista à CBN na tarde de ontem que além da ocupação da Reitoria o movimento grevista pretende tomar iniciativas com relação “a outros atores” que não se manifestaram, referindo-se ao Governo do Estado. De acordo com o líder sindical, a categoria está sem reajustes salariais há mais de três anos e não concorda com cortes orçamentários na instituição.

“Não aceitamos redução de campi da UEPB, não aceitamos redução de vagas para os alunos como foi realizado agora pela Reitoria. Só para o semestre letivo de 2017.1, serão 2.700 alunos a menos”, explicou. “Nós queremos colocar tudo isso em discussão, encontrar saída para isso, aliado, obviamente, à pauta salarial da categoria, que já está há três anos sem aumento”, declarou Nelson.

Neste sábado (3), o reitor Rangel Junior recebe professores em greve para uma reunião com objetivo de discutir as demandas dos docentes e possivelmente chegar a um acordo sobre o fim da ocupação. Segundo Nelson, o movimento pode ser encerrado caso o reitor apresente propostas convincentes para atender às reivindicações, mas reconhece as dificuldades para esse acordo, já que a instituição não realizou qualquer negociação pelo fim da paralisação.

“O que nós vamos discutir com o reitor é o quanto pode ser disponibilizado do orçamento deste ano para realizar o reajuste dos docentes e garantir o ingresso natural de alunos através do Sisu, pois queremos garantir que não haja redução de vagas”, explicou. “Caso essa reunião seja satisfatória, então nós vamos reunir o comando grevista e decidir se partimos para outra forma de manifestação ou continuamos a ocupação”, disse.

Enquanto a ocupação depende de acordos com a Reitoria para chegar ao fim, a greve continua pelo menos até que o Governo do Estado aceite negociar com os professores da UEPB. De acordo com o presidente da Aduepb, os professores esperam que o governo demonstre algum interesse pelo diálogo e assegure que não realizará os cortes de orçamento que ameaçam o funcionamento da Universidade.