Delação na Operação Gabarito pode livrar delator de prisão, diz delegado

Lucas Sá, delegado de Defraudações da Capital (Foto: ClickPB)

Lucas Sá garante que vai pegar todos os envolvidos, mas aconselha aos compradores de gabarito colaborarem com as investigações. Delação pode isentar delator de um dos crimes

Em entrevista concedida na tarde de ontem (17) à CBN João Pessoa, o delegado de Polícia Civil Lucas Sá, comandante da Operação Gabarito, garantiu que chegará a todos os envolvidos nas fraudes de concursos públicos investigadas por ele e sua equipe da Delegacia de Defraudações da Capital.

Ele orientou, no entanto, às pessoas que pagaram por gabaritos à quadrilha presa, a se apresentarem para ajudar nas investigações. O delegado disse que os colaboradores não deixarão de responder pela participação nas fraudes, mas podem ficar isentas de penalidades por terem feito parte de uma organização criminosa.

“Nós chegaremos a todos os envolvidos, sim! Já temos provas que nos permitem a identificação de centenas de pessoas e nos próximos dias aqueles que não comparecerem espontaneamente e não ajudarem na investigação possivelmente terão sua prisão decretada”, declarou Lucas Sá.

Na terça-feira (16), a Polícia prendeu mais um suspeito de atuar na quadrilha. Segundo o delegado, Marcus Vinicius Pimentel seria o terceiro na linha de comando da organização e receberia até 25% dos valores adquiridos com as fraudes. Marcus se apresentou na 4ª Vara Criminal de João Pessoa e foi encaminhado à Delegacia de Defraudações para prestar depoimento.

Segundo o delegado, Marcus teria recorrido ao bizu eletrônico vendido pelo suposto bando para aprovar a filha Mayara Rafaelle Nascimento Pimentel no Curso de Medicina de um centro universitário de João Pessoa, através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A esposa do suspeito, Iara Gabrielle Correa Pimentel, de acordo com as investigações policiais, foi aprovada em vários concursos.

O delegado Lucas Sá informou também que as mulheres presas na operação que são mães cumprem prisão domiciliar utilizando tornozeleira eletrônica. Homens que não possuem curso superior são encaminhados para o presídio do Roger, de João Pessoa.

Já aqueles que possuem ensino superior e consequentemente direito a detenções especiais, são conduzidos para prisões específicas. Como foi o caso de Marcus Pimentel, levado para 5º Batalhão de Polícia Militar, no Conjunto Valentina Figueiredo, na Capital.

Até o momento, a Operação Gabarito prendeu mais de 70 suspeitos de participação em burla das regras de processos públicos de seleção de força de trabalho qualificada para diversos órgãos de instituições federais, estaduais e municipais. A Polícia Civil estima em 700 pessoas o número de beneficiados pela ação dos acusados, que teriam fraudado mais de 70 concursos.

  • Colaborou Geri Júnior
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