Liderado pelo cirurgião Cid Pitombo, o programa de combate à obesidade do Hospital Estadual Carlos Chagas, do Rio de Janeiro, acaba de bater a marca de 1.700 operados, recorde do Sistema Único de Saúde (SUS). Todas as cirurgias são feitas por videolaparoscopia desde 2010, procedimento agora incorporado em toda a rede pública de saúde do Brasil.
A videolaparoscopia é uma técnica menos invasiva que permite recuperação mais rápida do paciente. Desde 2010, quando a equipe do Doutor Cid Pitombo criou o Programa de Cirurgia Bariátrica no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mais de 1.700 pacientes foram operados, moradores de todas as regiões do estado do Rio de Janeiro. A média de atendimentos ambulatoriais está mantida em 2.000/mês e a taxa de sucesso é de 99%.
A equipe do Programa é multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas. Mais de quatro mil pacientes estão sendo acompanhados no pré e pós-cirúrgico. “É um trabalho de resgate desses pacientes, realizado com muita dedicação e seriedade por toda a equipe. Devolvemos à sociedade o paciente antes obeso que não trabalhava, que tinha vergonha de comprar roupas e que não tinha mais vida afetiva.”, conta o coordenador Cid Pitombo.
Ganho sexual e financeiro
Estudo inédito feito pela equipe do cirurgião apontou que a vida sexual e financeira dos ex-gordinhos só melhorou após a cirurgia. Cerca de 40% dos pacientes afirmaram que a vida sexual passou de ruim para muito boa. Outros 14% disseram que a vida entre quatro paredes passou de boa para muito boa. Os novos magrinhos também relataram aumento de mais de 30% na renda familiar.
Pioneiro neste tipo de tratamento, o Programa já tratava jovens pacientes dois anos antes da divulgação de portaria do Ministério da Saúde, permitindo a realização da redução de estômago pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para pacientes a partir dos 16 anos. O objetivo principal é focar no atendimento especializado e preventivo, ou seja, a redução do peso com dietas. O motivo da opção prioritária pela não intervenção cirúrgica de imediato está relacionado aos eventuais danos psicológicos em pessoas tão jovens.
O perfil do especialista
Há quase 25 anos, ao sair da faculdade, Pitombo foi para os Estados Unidos especializar-se em cirurgia laparoscópica. Voltou ao Brasil cinco anos depois para aprender sobre cirurgias da obesidade e, ao final do mestrado e doutorado, rodou grandes centros de cirurgia bariátrica nos EUA.
Logo percebeu que os conhecimentos sobre laparoscopia e obesidade eram uma área a ser explorada. Juntou-se aos grandes nomes da cirurgia bariátrica, experimentou diferentes técnicas, operou e deu aulas em diversos países e se tornou referência no Brasil em cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, técnica que utiliza em todas as unidades em que opera.
- Texto de Naila Oliveira, da Danthi Comunicações
- Foto: Mauricio Bazilio
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