Falta de doador compatível dificulta transplante de medula

(Foto: Ilustração/Redome-Inca)

Ter entre 18 e 55 anos e boa saúde são requisitos para um possível doador. Procedimento pode beneficiar o tratamento de mais de 80 doenças do sangue.

No mês destinado à conscientização e combate ao câncer, falar sobre a doação de medula óssea é tão necessário quanto abordar a importância da detecção precoce e prevenção à doença. A doação da medula pode beneficiar o tratamento de diversos males que afetam as células do sangue, entre eles a leucemia, e o fator que mais dificulta a realização do procedimento é a falta de doador compatível, já que as chances são de um em cada 100 mil pessoas, em média.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), existem no mundo mais de 21 milhões de doadores, sendo quatro milhões cadastrados no Brasil por meio do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). “O candidato a doador precisa ter entre 18 e 55 anos e gozar de boa saúde. Ele deve procurar o hemocentro mais próximo de sua casa para agendar uma entrevista e coletar sangue para a verificação das características genéticas. Sempre que surgir um paciente, a compatibilidade será verificada”, explica o oncologista da Oncomed-BH, Dr. Amândio Soares.

A coleta de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico e feito sob anestesia geral. Para doar, não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. São realizadas múltiplas punções nos ossos posteriores da bacia, e retirado um volume de medula de, no máximo, 20ml por quilo, o que não causa qualquer comprometimento à saúde e é recuperado inteiramente em poucas semanas.

Para que se realize um transplante de medula é necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossoma 6, que devem ser iguais entre doador e receptor. As chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%.

Leucemia

A leucemia é uma doença maligna dos leucócitos (glóbulos brancos), caracterizada pela proliferação anormal destas células na medula óssea, ocasionando produção insuficiente de células sanguíneas maduras normais. Quando não controlada por tratamentos convencionais, a realização do transplante passa a ser o melhor recurso terapêutico para alcançar a sua cura.

Pode ocorrer infiltração leucêmica de vários tecidos do organismo como fígado, baço, linfonodos, sistema nervoso central e outros. As leucemias são agrupadas com base no tempo de evolução (aguda ou crônica) e pelo tipos de leucócitos que proliferam ( linfóides ou mielóides).

  • Por Fernanda Martins, da Link Comunicação Empresarial
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