Elba em Brasília (Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília)

Elba Ramalho reagiu a um xingamento de alguém que “mandou ela pra’quele lugar”. A cantora queria tão somente continuar o seu show. Por sua história, inclusive por sua luta em favor da redemocratização, não merece ser demonizada apenas por ter reagido a uma agressão gratuita. Mas sua reação não foi movida por qualquer partidarização.

Assim se manifestou Rafael Mion, da Assessoria de Imprensa da artista paraibana, sobre informações propagadas em portais, blogs e redes sociais de que Elba Ramalho teria se irritado e repreendido a plateia que gritava ‘Fora, Temer!’ no show de sexta-feira (21) na Torre de TV, em Brasília, como parte das comemorações dos 57 anos da Capital brasileira.

Rafael disse que produção e assessoria de Elba estão tentando recuperar o áudio do show para eventual posicionamento público sobre o suposto incidente, que ganhou espaços na mídia após relato publicado pelo estudante pernambucano Cleyton Feitosa. Natural de Caruaru (PE), aluno de curso de pós-graduação em Brasília, ele contou que Elba interrompeu os gritos de ‘Fora, Temer!’ dizendo à plateia para “parar com essa política chata”. E teria completado a reprimenda dizendo que os políticos são todos iguais, conclamando os presentes: “Vamos passar o Brasil a limpo”.

Ainda segundo Cleyton, o pior viria em seguida, quando o público – estimado pela Polícia Militar em 4 mil pessoas – já não gritava mais palavras de ordem contra o governo. “A artista começa a bater boca com alguém na frente do palco. ‘Você é um petista que quer me agredir? Quer subir aqui e cantar no meu lugar?’ Foi horrível, constrangedor e decepcionante”, lamenta.

Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Pernambuco e ex-assessor da Prefeitura de Caruaru, Cleyton acreditou que Elba pudesse aderir aos protestos contra Temer porque, recorda ele, o atual governante fez da extinção do Ministério da Cultura (MinC) um ato inaugural de governo.

“Pra completar o circo de horrores, uma mulher, saída não sei de onde nem de que partido político, legitimada e estimulada pela cantora, veio até a nossa roda, composta por parte da esquerda acadêmica da Pós do Instituto de Ciência Política (Ipol, da Universidade de Brasília), que somou coro ao ‘Fora Temer’ nos chamar de bostinhas (sic) e gritar ‘Avante Temer”, conta Cleyton Feitosa, em depoimento ao Jornal de Caruaru.