Suana Melo, presidente da Aspol (Foto: Arquivo/JP)

É o que denuncia Suana Melo, presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira da Paraíba (Aspol).

Com um efetivo aproximado de 2,4 mil homens e mulheres, a Polícia Civil necessitaria de pelo menos 1,5 mil coletes para trabalhar em uma situação confortável. “Infelizmente, hoje menos de 10% dos coletes estão dentro do prazo de validade, os demais estão vencidos”, declarou Suana.

Temendo a violência, alguns policiais estão sacrificando o próprio bolso para a compra do colete, que custa, no mínimo, R$ 900. O valor depende do tamanho, da qualidade, da tecnologia etc.

Solidariedade

O efetivo da PC inclui delegado, investigador criminal e perito. Quando uma operação é deflagrada, os policiais apelam para o espírito de solidariedade dos colegas. “A prioridade dos coletes é para quem vai para a rua, mas nem sempre tem material para todos”, afirmou Suana.

Segundo a presidente, o problema foi levado ao conhecimento da Secretaria de Segurança desde o ano passado, quando um lote de 100 coletes foi providenciado em caráter de urgência.

Licitação frustrada

Esta semana, os policiais voltaram a se queixar ao secretário Cláudio Lima para que a situação seja resolvida – antes que algum profissional tenha que morrer em serviço.

“O secretário esclareceu que foi iniciada uma licitação que não deu certo. Depois a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) enviou 100 coletes, que ajudou, mas não supre a necessidade da categoria”, informou Suana. “Diante da situação, protocolamos um outro pedido de urgência”, frisou.

Direito humano

Para o policial paraibano que vai para a rua sem colete, o sentimento é que “há um claro desrespeito aos direitos humanos”, destacou a presidente da Aspol. A exposição ao risco é constante, seja ao conduzir um preso, seja em uma operação ou até mesmo dentro de uma delegacia. O risco é iminente. A necessidade do colete é urgente. “Para ontem”, segundo a categoria.

Suana explicou que a maioria dos coletes venceu em 2011. Outro lote venceu entre os anos de 2015 e 2016. “Colete vencido não deve ser usado, deve ser substituído. O alerta foi feito”, afirmou.

Na Paraíba, um policial civil recebe vencimento em torno de R$ 1,5 mil a R$ 1,7 mil, sem incluir ‘risco de vida’ e outras gratificações. Não custa lembrar que colete vencido é apenas um dos muitos problemas enfrentados pela categoria na Paraíba.

Seds responde

O Blog entrou em contato ontem com a Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds) e pediu esclarecimentos sobre a falta de coletes servíveis para os policiais civis. A resposta veio exatamente quando esta matéria foi postada. Será publicada até uma da tarde.

• Matéria atualizada às 12h35