Sob protestos nas redes sociais e polêmica entre moradores da cidade, começou ontem (14) a demolição do tradicional Bar do Seixo na Praça Epitácio Pessoa, a maior e mais central de Bananeiras. No local, a Prefeitura vai revitalizar um coreto construído em 1921.
A obra, orçada em R$ 93,3 mil, é um projeto do arquiteto Expedito Arruda e será entregue em 90 dias, garante o prefeito Douglas Lucena. E, em defesa do que chama de revitalização, lembra que a iniciativa vai restaurar o espaço para toda a população, pois até a última semana o Bar do Seixo era “um ambiente comercial”.
“É um resgate histórico”, complementa Douglas, acrescentando que a obra deveria ter sido iniciada há mais tempo, mas sofreu atrasos após a licitação e também para desocupação do bar que, por “questões burocráticas”, somente aconteceu no último sábado (11).
“O coreto terá linhas que farão uma homenagem ao antigo espaço que serviu para abrigar bandas de música e eventos que marcaram a história de Bananeiras”, informa a Prefeitura de Bananeiras em seu portal na Internet, ressaltando que o município vai ganhar “mais um ponto turístico para uma cidade de exuberantes paisagens naturais, que faz o possível para manter seu patrimônio histórico e cultural”.
Lamentos
Bananeirenses que lamentam a demolição defendem, por seu turno, que o Bar do Seixo, este sim, deveria ser revitalizado e não demolido. Muitos o têm como referência de suas histórias pessoais e e da própria história da cidade e alguns sequer acreditam que o antigo coreto será reconstruído.
“Ninguém faz uma obra com detalhes históricos em 90 dias. Corre o risco de demolir e ficar demolido”, disse um cidadão que pediu ao blog para manter sua identidade sob sigilo, acrescentando que as modificações do coreto e sua transformação em bar datam de 1968.
“Que tristeza receber esta noticia! Nasci e fui criada nesta praça, onde todos os eventos eram feitos aí, onde o Bar do Seixo era o seu ponto principal. Era para ser tombado no patrimônio histórico da cidade. A população da cidade deveria se movimentar”, sugeriu uma professora.
‘Desgraça’
Noutra manifestação, um bananeirense diz não compreender “certas atitudes, pois uma hora as ‘autoridades’ falam em modernizar a cidade para receber os turistas e depois derrubam uma bar que acompanhou várias gerações para ‘reconstruir’ um coreto que existia no local em tempos bem remotos”.
“Aí que pena. Não deveriam fazer uma desgraça dessa, esse bar é um patrimônio. Desde quando me entendo por gente esse bar existe”, critica mais um inconformado com a decisão da Prefeitura, afirmando ainda que certamente o prefeito não ouviu a população, pois se o fizesse não teria investido nesse projeto.
Mais ameno, um ex-aluno da antiga Escola Agrícola de Bananeiras registra como será de agora em diante: “Infelizmente, meninas e meninos, não poderemos mais tomar umas cervejas, uma dose de Rainha ou um vinho para relembrar os velhos tempos”.
Desabafo
Entre as reações à demolição do Bar do Seixo, uma professora aposentada postou em sua página do Facebook: “Desculpem o desabafo, mas também estou profundamente triste com esta notícia. Este bar era uma das recordações mais doces da minha infância, pois meu pai (…) trabalhou um longo período para nos sustentar neste local e quando criança adorava brincar na praça enquanto ele não fechava o bar! Não consigo entender este tipo de modernização”.
Vergonha
Já um engenheiro que morou nos anos 70 em Bananeiras e hoje reside em João Pessoa cobra do governo municipal – “qualquer que seja o governo”, ressalva – o que entende ser “a maior obra de todos os tempos aguarda pelo município”.
Denomina a obra de “revitalização do Canal”, como é conhecido o riacho que corta o município de ponta a ponta, passando inclusive sob o Bar do Seixo, e serve de esgoto a céu aberto por onde escorrem os excrementos humanos de praticamente todos os moradores da zona urbana.
“Moradores que há mais de um século convivem com uma tremenda fedentina e a vergonha de viver num lugar sem um metro de rede de esgotos”, reforça o engenheiro.
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9 Respostas para Demolição de bar para revitalizar coreto gera polêmica em Bananeiras
Sou filha da terra. Minha infância e adolescência foi nesta terra querida. Pode ser feito um projeto de revitalização sem destruição de uma obra que é a cara da cidade. Falta planejamento. E o idealizador do projeto não tem noção da história da cidade. É muito fácil demolir. O difícil é manter a obra na memória.
Sinto-me triste também com Est á notícia. Foi neste bar que aprendi as primeiras notas de violão com Mestre Diva . Gildinho. Luiz batata. Walter e Gilberto seu irmão.rocalli Saúlo e março timbu esses foram alguns que me ajudaram, ali Corria para saltar todos os degraus Cho Élio como chamava-nos nosso professor Dr. ÉLIO SANTA CRUZ . Que pena ao lembrar Djalma bubu meu irmão oferecendo pirão que ele mesmo cozinhava.lamento que a inteligência dos governantes esteja voltado nos interesses da população e sim no seu ponto de vista que de fato lhes interesses. Douglas bubu seu avô teve parte de sua história neste bar preserve a suas memórias .obrigado gente lamento. Hiram
Parabéns, uma grande iniciativa por parte da gestão para mostrar ao IPHAEP/PB,que nossa cidade não está sobre a Ridículizacão desse órgão, que quer ter o poder de nossos bens de forma injusta, Prefeito Douglas,faça o mesmo com a Rodoviária que parece um ciqueiro de porcos,nossa cidade é linda e depende ou não da força desatrosa do IPHAEP.
interessante o prefeito defende tanto o tombamento patrimonio historico.foi pedido autorizacao ao iphaep ?ja que o imovel se encontra em uma area tombada pelo ifhaep .ou so tem lei de tombamento para os moradores q nem sequer podem fazer reformas em suas casas .kd iphaeep……..
Cadê a senhora Cassandra ,diretora do Iphaelp/pb,que veio com sua equipe e demonstrou total poder abritário sobre as casas possivelmente tombadas.
Acho uma aberração demolir o bar do seixo depois de tantos anos de funcionando, na minha época de juventude era nossa diversão ir a praça o ponto de encontro sempre foi esse bar, agora vem um prefeito sem projetos políticos e culturais e demolir, prefeito pegue esse dinheiro e enviará ba educação ou construa seu coreto do tempo de Adão em outro lugar porque a juventude de Bananeiras ei demais moradores não então interessado em coisa do século XVlll . Tenha uma visão do mundo a tual que é melhor para sua gestão.
Sou de João Pessoa, moro em Bananeiras tem dois anos, cidade pela qual me apaixonei a primeira vista. Acredito que se o gestor dela resolver dar uma pausa em suas viagens internacionais, irá perceber que Bananeiras tem outras prioridades onde a verba federal, tão escassa nos dias de hoje, pode ser empregada de forma mais racional. Um coreto na praça ele quer “construir” a todo custo, desalojando um estabelecimento já existente a um bom tempo, mas a UPA na entrada desta mesma cidade, de uma população tão carente desse serviço já se arrasta por mais de dois anos. Infelizmente percebo que a bela e pacata cidade de Bananeiras ainda está impregnada pelas práticas eleitoreiras de ” curral” das épocas de outrora. Contudo, no meio de todo esse fuá desnecessário, só o povo é quem sai perdendo, por não tomar a atitude liberal de votar conscientemente.
Pois para mim não faz parte da minha história e fazia sim se eu estivesse conhecido antes como ele era, no caso, um coreto. Quando transformaram o coreto em bar causou alguma polêmica como estar causando agora? Pois naquele tempo sim deveria para que não transformasse em algo que poderia causar ou que causou algum mal em pessoas ou destruiu vidas de outrem , pois, na maioria das vezes, além do consumo de bebidas em um bar, consomem-se drogas também, mesmo que o dono do bar ou dirigentes , não tenha nada a ver com isso.
Só uma coisa tenho a lamentar , pois quando se fala em coreto, nos faz lembrar eventos musicais, e por onde anda nossa Banda de Música? É preciso que Ela volte novamente para que complete a obra: coreto.
A argumentação dos demolidores,não tem sustentação,este prédio de 1921,reformado anos 60, passando a.ser comercial até o momento, poderia ser transformado numa secretaria ambiental, património histórico e tantos outros, o coreto este ambiente moderno se.fazia ao lado, mas os gestores, sem fiscalizações, procuram meios de destruição de amos.de história com um objetivo, falem de.mim, de bem ou de má, más falem de.mim,.para não cair no esquecimento.
Creio que a questão é meramente política. O proprietário do bar pode não ser eleitor do atual prefeito, que por não ter o seu apoio, resolveu impor os rigores da Lei, ou seja ” aos amigos tudo, e aos inimigos os rigores da Lei, em nome da modernidade retrô”.
A vocação de Bananeiras é o turismo, e ficamos tristes em saber, que a cidade não cuida do seu esgotamento sanitário. Uma cidade lindíssima e histórica, sendo mal cuidada, e o pior, com uma política apequenada e digna de repúdio.
Como se conceber uma cidade do porte de Bananeiras em pleno século XXl, presentear seus visitantes com o esgoto a seu aberto !??
Com certeza não é inteligente a atitude do gestor público.