Carlos Antônio (Foto: Arquivo/carlosmagno.com.br)

Se depender do Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB), por conta de suposto envolvimento em crimes investigados pela Operação Andaime o ex-prefeito de Cajazeiras e ex-secretário de Estado Carlos Antônio de Oliveira pode pegar até 164 anos de cadeia.

Médico, líder político de reconhecido prestígio popular no Alto Sertão paraibano, Carlos Antônio foi denunciado à Justiça Federal pelo MPF como integrante de organização criminosa e também por peculato, crime contra a administração pública que teria cometido nada menos que 13 vezes.

A pena que pode ser aplicada ao ex-prefeito por ‘formação de quadrilha’ varia de 3 a 8 anos, além de multa. A de peculato (subtração ou desvio de dinheiro público), de 2 a 12 anos.

“Em caso de condenação nos crimes denunciados, está sujeito a penas que poderão variar de 29 a 164 anos”, informa nota publicada ontem (3) no portal do MPF-PB sobre os últimos fatos processuais relacionados à Operação Andaime.

Para saber mais, clique aqui e leia matéria completa elaborada pela Assessoria de Comunicação do MPF-PB sobre o assunto.

Fidelidade premiada

Carlos Antônio é o principal aliado político de Ricardo Coutinho em Cajazeiras e região, onde comandou a Prefeitura da cidade entre janeiro de 2005 e dezembro de 2008. Até aquele ano entusiasta seguidor do então governador Cássio Cunha Lima, preferiu desligar-se politicamente do hoje senador do PSDB quando este rompeu com o atual governador em 2014.

Por essa e outras, Carlos Antônio ocupou duas secretarias de Estado durante o primeiro mandato de Ricardo Coutinho como governador (2011-2014). Foi secretário de Interiorização e em seguida de Desenvolvimento Municipal.

Ação por improbidade

Quando nomeado para aqueles cargos, o ex-prefeito já respondia a uma ação por improbidade administrativa ajuizada em 2013 pelo MPF. Era acusado de não ter prestado contas de R$ 324 mil que recebeu via convênio com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em 2006, para comprar alimentos da merenda escolar junto a agricultores familiares do município que governava.

Já por conta da Operação Andaime em sua quarta fase, deflagrada em janeiro deste ano, Carlos Antônio é acusado de participar de uma organização criminosa “de modelo empresarial”, especializada em fraudar licitações públicas, mascarar desvios de recursos públicos em favor próprio e de terceiros; lavar o dinheiro público desviado e fraudar os fiscos federal e estadual.

Ele foi denunciado pelo MPF à Justiça Federal juntamente com os também ex-prefeitos de Cajazeiras Léo Abreu e Carlos Rafael, que podem ser condenados a 108 e a 128 anos, respectivamente.