Deputados condenam indicação de Moraes para vaga no STF

Anísio Maia (Foto: Página 13)

“Missão de Moraes é proteger PMDB e PSDB”, diz o deputado Anísio Maia (PT) sobre a decisão de Michel Temer de indicar o nome do ministro Alexandre de Moraes (Justiça) para o Supremo Tribunal Federal (STF). “Esse governo tem uma cara de pau tão grande que não há produção de óleo de peroba que dê vencimento para tanto descaramento”, emenda Jeová Campos (PSB), sobre o mesmo tema.

Segundo Anísio Maia, se Moraes vier realmente a ocupar a vaga aberta no Supremo com a morte do ministro Teori Zavascki, o PSDB (partido ao qual Moraes era filiado até esta terça-feira, 7) passa a ter “dois militantes na Suprema Corte com a tarefa de proteger seus pares”. Passa a também a certeza, completa o deputado, de interferência pró-governo Temer nos processos que correm nessa instância por consequência da Operação Lava Jato.

O deputado petista classifica ainda a indicação de Alexandre Moraes como acinte pelo que representa de aparelhamento do STF, “mas também por ser o indicado uma pessoa de notório desprezo a direitos e histórico de repressão aos movimentos sociais”. E completa: “Temer, com medo de Cunha (Eduardo Cuinha, ex-presidente da Câmara, preso pela Operação Lava Jato), indicou o advogado de ambos para revisão da pena do ex-deputado e para evitar a sua própria condenação”.

Jeová: sem isenção

“Com qual isenção um advogado filiado ao PSDB, tucano de carteirinha, membro do governo Temer, aliado dos maiores envolvidos nos escândalos da Lava Jato vai analisar os processos da Operação quando os principais implicados são seus amigos?”, questiona o deputado Jeová Campos. De acordo com o parlamentar, trata-se de uma indicação “tão cara de pau, tão descarada, tão vergonhosa, que se juntar toda a produção de óleo de peroba do país ainda não dará vencimento para tanta necessidade”.

Jeová diz ainda que “o descaramento é tão grande que o próprio indicado se finge de esquecido de sua defesa na tese de doutorado em relação a esse tipo de indicação”. Refere-se ao fato de Alexandre de Moraes, enquanto acadêmico, ter defendido o impedimento de alguém que ocupa cargo de confiança no governo federal ser indicado para cargo de ministro no Supremo. “E agora, quando lhe convém e aos seus pares, ele acha isso tudo muito natural e muda de opinião em defesa própria”, arremata.

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