O professor aposentado da UFPB Antônio Carlos Ferreira de Melo (foto), também zootecnista e técnico em Agropecuária, advertiu ontem (24) que áreas do território paraibano a serem abastecidas por águas da transposição do rio São Francisco correm o risco de acentuar o processo de desertificação se não houver assistência técnica adequada aos proprietários dessas terras.

Ele pediu à Federação da Agricultura e Pecuária (Faepa) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) que assumam a missão de orientar quem mais precisa. Antônio Carlos recorre ao sistema Faepa/Senar porque não acredita em providências do Governo do Estado, que sob a atual gestão, frisa, “desmantelou o setor agropecuário paraibano, começando por seu principal sustentáculo – a assistência técnica”.

O professor revelou que leu recente edição de revista especializada em assuntos agropecuários (Canal Rural) e teve “a grata satisfação de saber que o sistema Faepa/Senar implementou sua assistência técnica e gerencial com sucesso para alguns produtores rurais”. Na visão de Antônio Carlos, significa que as entidades cansaram de esperar por alguma ação positiva do atual Governo do Estado voltada para o setor e cuidaram de adiantar a parte que lhes cabe.

Preocupado com o que pode acontecer com as propriedades que serão beneficiadas com a água da transposição, que têm previsão de chegada para este ano, o professor garante não ter conhecimento de qualquer “iniciativa do governo estadual em relação à seleção das propriedades e principalmente no treinamento ou capacitação de seus proprietários quanto ao uso da água e tipos de culturas que podem implementar, dependendo do potencial de cada propriedade”.

Antônio Carlos conclui suas declarações apelando, “na qualidade de paraibano e técnico ligado ao campo”, que seja incluída com urgência na programação de Faepa e Senar a sua reivindicação. “Se atendida, pode salvar propriedades rurais do desastre de usar a água da transposição sem uma irrigação eficiente, com consequente degradação dos solos já enfraquecidos pela desertificação de boa parte das áreas que serão possivelmente beneficiadas”.