Ladrões e motoristas ameaçam ciclistas em João Pessoa

(Foto: Arquivo/TrânsitoWeb)

Não tem sido fácil a vida dos ciclistas em João Pessoa. Eles reclamam de insegurança por todo lado: seja pela violência, seja por desrespeito de motoristas de carro à distância mínima que deve ser mantida em relação à bicicleta nas ultrapassagens.

 Na semana passada, um grupo de ciclistas do Pedal Zona Sul foi assaltado quando passava pela praia do Sol, em Barra de Gramame. Quatro criminosos abordaram o grupo de 12 ciclistas e levaram, além de quatro bicicletas, celulares e objetos pessoais das vítimas.

Fabiana Araújo, do Pedal Zona Sul, disse que a sensação de insegurança desestimula o grupo. “Infelizmente a violência está cada vez mais frequente, não tem mais isso de ser trilha ou pista. Não tem dia, não tem hora”, declarou.

Segundo ela, além do roubo registrado na Praia do Sol, vários outros ocorrem diariamente, inclusive na orla, onde geralmente o policiamento é maior. Das quatro bicicletas roubadas na semana passada, uma delas custava mais de R$ 10 mil, segundo Fabiana.

“O dono tinha acabado de investir cerca de R$ 8 mil na bicicleta, e levaram. Isso nos desestimula a continuar pedalando”, afirmou. Fabiana disse ainda que, em razão dos assaltos, as trilhas que são realizadas sempre às terças e quintas à noite estão suspensas temporariamente.

Embora seja uma boa atividade de esporte e lazer, a insegurança tem feito os ciclistas de João Pessoa pensarem duas vezes antes de sair de casa com a ‘magrela’. Muitos investiram R$2 mil, R$ 3 mil, R$ 8 mil na bicicleta.

Integrante do Pedal PB e PedaLindas, do bairro do Geisel, Josirene Pamplona disse que ama pedalar, mas não esconde o temor de ser assaltada. Os recorrentes casos de roubo a outros ciclistas a impede de, por exemplo, sair desacompanhada para encontrar o grupo.

Contato com a PM

Segundo André Nascimento, um dos organizadores do Pedal Jampa, a violência realmente é algo que assusta os ciclistas – e muito. “A gente evita determinados trechos para fazer as trilhas”, declarou. O grupo também mantém contato direto por telefone com a Polícia Militar e a Guarda Municipal, conforme Nascimento.

Por meio da Assessoria de Imprensa, a PM informou que “em relação ao que vem sendo reivindicado pelos grupos de ciclistas da Capital, há um diálogo permanente com os grupos adeptos a esse esporte, inclusive, no segundo semestre do ano passado foram feitas duas reuniões”.

A PM disse ainda que outro encontro será realizado ainda este mês, entre os ciclistas e o Comando de Policiamento da Região Metropolitana, com o objetivo de “ouvir as demandas e planejar ações que possam atender ao que for apresentado”.

Carro, uma arma

Para quem decidiu adotar a bicicleta como meio de transporte em trajetos urbanos, a violência, embora exista, não se torna um obstáculo tão grande quanto o desrespeito que os ciclistas enfrentam no trânsito.

O professor universitário Henrique França diz que nunca se sentiu ameaçado, mas lembrou que não faz trilhas – como os grupos de pedais – “nem com uma bicicleta que custa R$10 mil”.

Já sobre a violência no trânsito, França destacou que “as pessoas fazem protestos contra a violência a ciclistas no sentido de assalto, mas a grande ‘arma’ usada contra ciclistas em João Pessoa se chama automóvel”.

“Todo mundo se sente no direito de mandar o ciclista sair da rua para o carro passar. É um grito geralmente acompanhado de ultrapassagem perigosa, totalmente irregular e ilegal. E isso, não raro, acaba em atropelamento e morte”, declarou.

Henrique França destacou, no entanto, que é preciso reconhecer que “há muita gente que respeita, diminui a velocidade e se afasta, observando o que diz a lei”. Lembrando, contudo, que essas pessoas, apesar de educadas, apenas cumprem a lei, não fazem favor algum.

  • Valéria Sinésio
É BOM ESCLARECER
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Uma resposta para Ladrões e motoristas ameaçam ciclistas em João Pessoa

  1. José Carlos do nascimento escreveu:

    É mto absurdo isso aqui em Alagoas tbm tá mto violento agt tá evitando certos percursos por conta de roubos o jeito é andar armado e se formos abordados pela polícia brincadeira nosso Brasil