Este ano, 26 pessoas morreram em tiroteios entre policiais e criminosos, segundo o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) do Ministério Público da Paraíba. Os dados não foram incluídos em relatório do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), divulgado no início deste mês, sobre mortes em confronto policial em todo o Brasil.
O motivo para a ausência das informações foi uma falha técnica no sistema que impediu o Ministério Público de alimentar a base de dados, informou a promotora de Justiça Ana Maria Franca. Segundo ela, a Polícia Militar da Paraíba nunca deixou de prestar informações quando solicitada.
“Infelizmente, essa falha técnica nos impediu de alimentar o sistema com os dados da Paraíba, inclusive o problema foi comunicado ao CNMP”, declarou.
Do total de mortos, dois são policiais. Um deles foi o tenente Ulysses da Costa, de 31 anos, assassinado durante um confronto com criminosos na localidade Costa do Sol, na Capital. O outro, o sargento Sandro Pereira, que morreu após ser atingido por tiros durante uma busca no Geisel, na Zona Sul de João Pessoa.
A promotora disse que toda morte ocorrida em confronto policial tem que, obrigatoriamente, ser comunicada ao Ministério Público. “A medida vale tanto para a PM quanto para a Polícia Civil”, frisou. Além do inquérito propriamente dito, o policial envolvido também passa a responder a procedimento interno.
Como forma de buscar a humanização na atividade policial, o Ministério Público recomendou às polícias que estruturassem um núcleo de psicologia, onde são atendidos não apenas os servidores envolvidos em confrontos, mas toda a corporação.
“Há todo um trabalho de humanização com esses policiais, e podemos dizer que já temos bons resultados. A letalidade da polícia paraibana é muito baixa. O núcleo também busca aproximar cada vez mais a polícia da comunidade, e acabar com aquela história que a polícia é dura”, destacou.
Segundo Ana Maria, a estruturação de núcleos dentro das polícias é de fundamental importância para todos. “Precisamos admitir que a profissão de policial é muito desgastante, então esse profissional precisa de um suporte psicológico, de uma atenção especial até para que possa enxergar a necessidade de respeitar os direitos humanos de pessoas envolvidas com o crime”, frisou.
- Valéria Sinésio
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