(Ilustração: Lusitanos)

O professor universitário Lauro Pires Xavier Neto, de João Pessoa, chama a atenção do blog para uma conta estarrecedora, da qual a maioria dos brasileiros não se dá conta: enquanto o governo reserva R$ 1,7 trilhão para pagar juros da dívida pública em 2017, destina apenas R$ 115 bilhões para gastar com saúde no próximo ano.

Ele se refere aos números e cifras contidos na proposta de Orçamento da União para o próximo exercício, aprovada na noite de quarta-feira (14) na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, em Brasília. Orçamento que vai a R$ 3,5 trilhões, quase metade dele a ser consumido no pagamento de juros e amortização da dívida pública.

Lauto Neto (Facebook)

“Que dívida monstruosa é essa? Por que nunca houve a auditoria dessa dívida, como exige a Constituição de 1988? Para onde vai esse R$ 1,7 trilhão?”, questiona Lauro Neto, acentuando: “Enquanto isso, o orçamento da Saúde ficou em R$ 115,3 bilhões”.

Seria uma questão de prioridade, acrescentaria qualquer cidadão estupefato diante da destinação dos recursos nacionais para satisfação de compromissos com agentes financeiros que precisam ser submetidos a uma auditoria, como prevê a Constituição, para ver se o Brasil deve mesmo toda essa montanha de dinheiro que não para de crescer.

Dias (Foto: Alex Mita/JC)

E quem pensa que essa cobrança por auditoria é tão somente “coisa da esquerda” está muito enganado. O senador Álvaro Dias (PV-PR), liberal notório, manifestou-se recentemente, em setembro deste ano, a favor do cumprimento de tal obrigação pelo Governo Federal.

Ele considerou um absurdo União já ter destinado 42,43% do orçamento federal deste ano somente para pagamento de juros da dívida pública, enquanto gasto com setores essenciais como educação ficou em 3,91% e saúde em 4,14%.

O senador paranaense defendeu a instalação de uma auditoria para investigar desde a origem do endividamento até os questionamentos que seguem sem respostas, como esse do Professor Lauro Xavier Neto.

• (com informações do JCNet)