Visão parcial do estrago causado pela explosão na PMJP (Foto: Walter Paparazzo/G1)

O fim da greve dos bancos pode significar na Paraíba o reinício dos assaltos quase diários a agências e postos de autoatendimento. Sem registro de qualquer ocorrência do gênero até a noite de ontem, quando os bancários decidiram encerrar a greve um mês após a deflagração do movimento, na madrugada de hoje (7) quatro homens explodiram três caixas eletrônicos do Banco do Brasil no Centro Administrativo Municipal de João Pessoa, em Água Fria.

Fácil entender a motivação dos bandidos para retomarem a série interrompida no dia 28 de setembro último, quando mandaram pelos ares uma unidade do Bradesco em Riacho dos Cavalos, município da região de Catolé do Rocha, no Sertão paraibano. Com o retorno à normalidade das atividades bancárias, os caixas eletrônicos voltam a ser reabastecidos regularmente. Dinheiro não vai faltar, portanto, ao contrário da segurança pública oferecida pelo Governo do Estado.

As chances de repetição de ataques como o desta sexta-feira são enormes. E aumentam à medida que os assaltantes percebem a falta de Polícia em todo o Estado, especialmente no interior. Os facínoras devem saber ainda – e gostar – da insistência do governador em botar a culpa nos bancos pela sequência de assaltos, arrombamentos e explosões de agências e máquinas de sacar dinheiro. Incluindo aquelas disponíveis em supermercados, postos de gasolina, repartições públicas etc., que na lógica governamental também deveriam ser responsabilizados por omissão diante de tais crimes.

Segundo o Mapa da Violência contra Bancos na Paraíba, sem contar o caso de hoje no Centro Administrativo da Prefeitura da Capital, este ano já chega a 80 o número de explosões, assaltos, arrombamentos, tentativa e saidinha de banco. Há, contudo, expectativa de que pela primeira vez nos últimos seis anos sob o atual governo o Estado venha a comemorar, ao final de 2016, uma redução nesse tipo de ocorrências. Há quem diga, contudo, que deveremos agradecer a façanha às eleições e à greve dos bancários.