Estudioso revela que corrupção pode ser fator de progresso

Antenor Batista (trajetolapa.com.br)

Antenor Batista (Foto: trajetolapa.com.br)

Por mais de 50 anos, o advogado Antenor Batista pesquisa o tema corrupção e garante que esse tipo de crime pode ser também um fator de progresso. Em sua opinião, “pequenas e grandes empresas e até os empreendimentos individuais, inclusive, desde o seu nascedouro, só progridem se forem alimentados pela corrupção”. Salientando: “A corrupção faz parte do DNA do ser humano. Daí estar institucionalizada em muitos países, particularmente no Brasil”.

Em seu livro “Corrupção: Fator de Progresso?”, lançado pela editora jurídica Juarez de Oliveira, o advogado dedica os capítulos 7 e 8 à corrupção no Brasil e em outros países e cita os seus efeitos progressistas. O autor lista 35 casos nacionais e 25 mundiais que teriam produzido efeitos benéficos no meio em que foi exercida.

Antenor Batista, também autor de “Corrupção: o 5° Poder” (Edipro), diz que no estado em que as coisas se encontram, na base do “salve-se quem puder”, sem esses “lubrificantes”, por mais honestos e elevados que sejam certos empreendimentos, encontram dificuldades. “Eles aceleram a circulação do dinheiro com ressonância socioeconômica, embora por linhas tortas, tornando a corrupção, efetivamente, fator de progresso”, acredita.

“Apesar de estarmos falando o óbvio, não percamos a esperança de continuar lutando contra a corrupção, em busca de uma sociedade melhor, menos corrupta e menos violenta. O que já está acontecendo em alguns países, como Nova Zelândia e Dinamarca. Idem, à Operação Lava Jato e o Juiz Sergio Moro, no Brasil”, conclui o autor.

Sobre o autor

Antenor Batista é exemplo de vida e de superação para todas as gerações. Deixou a casa de seus pais, onde era roceiro, aos nove anos de idade. Ao servir ao Exército, com dezoito anos, aprendeu a ler. Hoje é escritor, autor de oito livros e ainda advoga, apesar de seus quase 92 anos de idade. Ele nasceu 23 de abril de 1925, na zona rural do município da Lapa, no interior do Paraná. Tornou-se autodidata e, na década de 70, conseguiu cursar a Faculdade de Direito em Guarulhos.

Ocupou importantes cargos públicos na administração federal. Foi superintendente da Caixa de Crédito da Pesca, do Ministério da Agricultura; secretário de Finanças do INPS (INSS), no Estado de São Paulo; membro do Tribunal do Júri de Santos; delegado do ex-IAPM e auditor fiscal da Receita Federal no Brasil, cargo no qual se aposentou do serviço público.

Ao passar pela Previdência Social, em 1972, verificou o desperdício de dinheiro público. Sempre correto em suas decisões e reconhecido por seu mérito e probidade, elaborou um anteprojeto para criar um banco ligado àquele órgão, com objetivo de reduzir o déficit com aposentadorias, pensões e outros benefícios. “Foi nessa época que comecei a me interessar mais seriamente pelo assunto corrupção. Houve muitas reações contrárias à criação do banco. Fui perseguido e demitido por força do tráfico de influência. Fiquei tão impressionado com a reação, que acabei escrevendo meu primeiro livro sobre corrupção. Desde então tenho me dedicado a esse tema”, relata.

(por Clarice Pereira, da Link Comunicação)

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