(Foto: Jornal da Paraíba)

Necessitando fazer depósito bancário em horário além do expediente normal, procurei hoje (16) as agências onde opero, em João Pessoa, deparando-me com procedimento inusitado, que acredito decorrente da impossibilidade de atender à proposta gerada nos corredores girassolaicos de recolher ao fim do dia, a empresas de segurança, o numerário movimentado em cada agência, dado os altos custos que operação desse porte acarretaria para as casas bancárias.

Aí, decerto, fundado na velha estória do marido traído que vendeu o sofá para resolver seu problema, para se vingar dos assaltantes os nossos bancos também estão vendendo, à sua maneira, os seus sofás.

O Banco do Brasil, de forma mais simplória, simplesmente retira das áreas dos caixas eletrônicos os envelopes destinados a depósitos em dinheiro, permitindo apenas que se façam depósitos de cheques, hoje objeto de pouco uso.  Naturalmente, deixa pouco numerário para disponibilizar saques.

Já o Banco Itaú, simplesmente coloca suas máquinas (caixas eletrônicos) a informar que estão em manutenção. É uma fórmula mais simples, que resolve dois procedimentos de forma única.

Com isto, os bancos diminuem, sem dúvida, as ameaças a que estariam sujeitos, a cargo de grupos maiores, mais bem estruturados em termos de armas, munição, equipamentos e capacidade operacional.

Impedindo que pequenos comerciantes e trabalhadores avulsos depositem seus ganhos do dia, ao final de suas jornadas, cujos horários não coincidem com o bancário, os bancos diminuem a atratividade de seus caixas eletrônicos, pois que terão pouco dinheiro em movimento e devolvem a responsabilidade da segurança aos próprios clientes impedidos de fazer seus depósitos usuais.

Assim agindo, contribuem para a democratização da atividade dos pequenos ladrões, que terão ampliado o seu campo de ação, com facilidade de ação, pois basta-lhes apenas o popular “trezoitão” e uma bicicleta para a fuga.

Vendam-se, pois, os sofás!!!

(do Professor Menezes)