A onda de violência dos últimos dias na Paraíba criou também mais uma onda de pavor entre moradores da Grande João Pessoa. Não é pra menos. Em apenas duas semanas, as duas últimas, a população desprotegida e insegura assistiu a explosões de banco em shopping, duas invasões e tiroteio em um mesmo hipermercado e dezenas de assalto a mão armada que diariamente fazem novas vítimas na Capital e região metropolitana.

Tudo isso acontece sem que se tenha notícia de reforço do policiamento ostensivo ou preventivo providenciado ou em estudo pelas autoridades do Estado. Daí por que em paralelo ao avanço da criminalidade associado à inércia do governo cresce na mesma proporção o número de depoimentos sobre o perigo em que teria se transformado, por exemplo, o simples ato de sacar dinheiro em caixas eletrônicos no final de semana em locais que não sejam shoppings de grande movimento.

“Deixe o motor do carro ligado”

O depoimento de um professor universitário em sua página de Facebook, na manhã deste sábado, é bem ilustrativo do medo que acomete o cidadão de bem na hora de atender a uma necessidade comezinha, particular, de quem depende de um simples serviço bancário. Um pouco do que ele escreveu:

Tive que fazer um saque, hoje, na Caixa Econômica da Epitácio Pessoa. Não quis ir em caixas [eletrônicos] de supermercados, porque poderia haver o perigo de a máquina “engolir” o dinheiro, como já me aconteceu. A quantia não era grande, mas, para meus parcos rendimentos, sim. Chamei meu filho para me acompanhar e lhe disse: “Deixe o motor do carro ligado; se vir qualquer movimento suspeito, vá embora; pelo menos só eu serei vítima”.

“No mais completo abandono”

Já o Professor Menezes, que teve e tem o blogueiro entre seus pupilos e generosamente integra a equipe de colaboradores deste blog, produziu e encaminhou o seguinte comentário sobre o assunto:

Não há dúvidas de que em termos de segurança vivemos no mais completo abandono. Veja só. Agora pela manhã, resolvendo alguns pequenos problemas domésticos, em lojas situadas no Varadouro, Capital, necessitei de algum numerário, situação que me fez recorrer aos caixas rápidos do Banco do Brasil, na Av. Gama e Melo. 

Qual não foi minha surpresa ao verificar que todas as portas daquela que já foi a sede desse Banco na Paraíba estavam completamente lacradas, inclusive a que daria acesso às máquinas. Enquanto isto, as forças de segurança nacionais “estouram” perigosa célula terrorista que não tinha nem um espingarda de soca para reagir.