Entretida com o noticiário sobre prisão de supostos terroristas brasileiros, entre eles um possível paraibano, além do rame-rame político em véspera de eleição, a população paraibana parece anestesiada e não se dá conta do quanto está desprotegida e vulnerável à criminalidade que rola solta, impune e cada vez mais violenta no cotidiano dos cidadãos de bem.

O segundo ataque em apenas 50 dias a caixas eletrônicos em um shopping do Bessa, realizado na madrugada deste sábado (23), provaria de modo irrefutável o adormecimento da indignação popular diante da violência em João Pessoa, capital e maior cidade do Estado. Vídeos do novo assalto rolam desde cedo em portais e redes sociais sem muita audiência, interesse ou algum protesto mais exaltado.

São vídeos da filmagem de boa parte da ação criminosa, que consistiu em interdição da via pública, disparos contra quem passava pelo local e explosão das máquinas que guardam dinheiro do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Pessoas foram rendidas e transformadas em reféns, para muito provavelmente servirem de escudo dos bandidos caso – por mui improvável acaso – alguma viatura policial ousasse aparecer.

Não se tem notícia de que a força pública tenha comparecido ao local, a não ser depois de consumado o ataque aos caixas eletrônicos. Como sói. Mas é compreensível, ainda que ou principalmente em João Pessoa, onde a coisa mais difícil do mundo é ver algum carro de Polícia fazendo ronda durante a madrugada.

Viatura policial depois da meia noite até hoje só vi parada em alguma blitz da Lei Seca. Dando apoio a abordagens de motoristas que podem estar ou não alcoolizados, mas que eventualmente podem ser liberados caso pilotem uma Ferrari sem placas, a exemplo do que aconteceu semana passada no Busto de Tamandaré, em Tambaú.