Poderia ser um reforço para equipamentos avançados no Hospital do Câncer de Patos, uma escola para formar técnicos irrigantes nas Várzeas de Sousa, um projeto de despoluição e desassoreamento de todos os açudes e rios por onde vão passar as águas do São Francisco em território paraibano ou o financiamento de uma rede adutora para estender a transposição aos municípios do Brejo e Curimataú não contemplados pelo Canal Acauã-Araçagi. Poderia ser um bocado de coisa, mas…
Pelo visto, deputados federais e senadores da Paraíba não se deram conta do quanto concentraram nas duas maiores cidades do Estado os investimentos que poderão advir das três emendas ao Orçamento da União que definiram como prioritárias para incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017. Além disso, não teriam atentado ainda para o fato de que duas dessas emendas já foram apresentadas em anos anteriores, embora não tenha sido liberado até hoje o total de recursos nelas previstos.
As emendas indicadas à LDO 2017 pela bancada federal paraibana destinam-se à construção de uma terceira faixa na BR-230 de Cabedelo a Oitizeiro, instalação de uma pretensa unidade da Rede Sarah de Reabilitação em João Pessoa e a duplicação da mesma rodovia de Campina Grande à Praça do Meio do Mundo. Os dois primeiros projetos já têm verbas alocados nos orçamentos de 2014 e 2015, respectivamente, conforme demonstraram matéria e coluna publicadas por este blogueiro em março e junho deste ano neste portal.
O alargamento da BR 230 – do km zero (em Cabedelo) ao km 28.1 (no entroncamento com a BR 101 em Oitizeiro) – exigirá mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos, metade dos quais encontram-se à disposição do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) desde o ano passado. Os servições deverão ser iniciados ainda este ano, após concluído o processo de licitação para contratação da construtora que se encarregará da execução da obra.
Por seu turno, o Sarah que os congressistas paraibanos apoiam deve ser, na verdade, um centro de reabilitação funcional para o qual foram destinados R$ 5 milhões de emendas apresentadas ao Orçamento Geral da União (OGU) de 2014 pelo então senador Vital do Rego Filho e a deputada federal Nilda Gondim. A verba foi direcionada para a UFPB, que deverá construir a unidade ao lado do seu Ginásio de Esportes no Campus de João Pessoa.
A instituição universitária recebeu até agora apenas R$ 1 milhão dos R$ 5 milhões das emendas de Vital e Nilda. O dinheiro que chegou foi aplicado na compra de equipamentos que por enquanto estariam servindo ao Hospital Universitário Lauro Wanderley na realização de cirurgias de alta complexidade. O Centro de Reabilitação Funcional não é uma franquia do Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, mas dele receberá orientação técnica e treinamento.
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