Na Paraíba até a Polícia grita por socorro!

Alguns episódios da semana de São João mostraram mais uma vez que a violência não é problema exclusivo da grande maioria de cidadãos comuns e honestos de que é feita a população paraibana. Policiais também são vítimas frequentes de bandidos que agem cada vez mais à vontade e impunes no Estado onde o governo acredita combater a criminalidade a golpes de estatística e propaganda.

Com essa atitude ou estratégia, o governador do Estado e o alto comando da Segurança Pública conseguem no máximo ofender a inteligência das pessoas de bem que desprotegem, principalmente quando insistem em não reconhecer a gravidade da violência na Paraíba e, ao mesmo tempo, a própria incompetência para enfrentá-la. Em vez disso, com malabarismo retórico e inúteis efeitos especiais publicitários expõem tanto a Polícia Civil como a Militar a vexames preocupantemente rotineiros, quase sempre causados pelas insuficiências e deficiências vistas por quase todos. Menos por quem deveria ver e resolver.

Vem daí o constrangimento por que passam policiais obrigados, por exemplo, a se esconderem dentro de delegacias ou cadeias quando veem as cidades onde trabalham aterrorizadas por bandos bem armados e numerosos que invadem, arrombam ou explodem caixas eletrônicos, agências ou postos bancários. Inferiorizados em contingente e armas, os valorosos desvalorizados homens da força pública têm mais é que procurar salvar a pele, pois seria suicídio enfrentar as quadrilhas de assaltantes de banco que quase diariamente apavoram pequenas, médias e grandes cidades do Estado.

Por essas e outras, volta e meia a Paraíba é motivo de chacota nos quatro cantos do país por conta de atos como a decisão da Justiça, anunciada na quarta-feira (22), de suspender os festejos juninos de Areia por falta de efetivo policial para garantir um mínimo de segurança aos habitantes e visitantes do lugar que viessem a participar do evento denominado São João Cultural.

Na mesma cidade, sete dias antes um grupo de dez assaltantes arrombou e explodiu as agências locais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Entraram em Areia atirando, inclusive em viaturas e prédios da Polícia. Há informações de que no momento da ação criminosas havia apenas quatro PMs de plantão. Os quatro trataram, lógico, de não sair à rua enquanto algum reforço não chegasse. Que evidentemente não chegou enquanto os bandidos ‘tocavam o terror’ nas ruas tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Na véspera da invasão de Areia, outra cena de fazer vergonha: em Santa Rita, uma viatura da Polícia Civil foi incendiada no pátio da 14ª Delegacia Distrital do bairro de Tibiri. Apenas um agente encontrava-se de plantão na DD, registraram portais, sítios e blogs que priorizam o chamado ‘noticiário policial’ e informaram que aquele foi o segundo caso de incêndio de carro da Polícia em menos de uma semana. Ambos podem ter sido acidentais, mas não há informações disponíveis de que as autoridades tenham sequer apurado e divulgado se foram ou não incêndios criminosos.

Por sua vez, tal como seus demais colegas de Areia e de muitos municípios Paraíba afora e adentro, é bem possível que o policial da DD de Tibiri tenha decidido não se arriscar no momento em que a viatura sofreu o suposto ataque. Ele deve saber que em apenas um ano e meio, do começo de 2015 até hoje, pelo menos onze policiais foram assassinados no Estado. Mais da metade morreu porque tentou reagir a assalto ou ousou enfrentar delinquentes que nada têm a perder, a não ser as balas que fácil e friamente disparam contra quem sai em defesa de terceiros ou da própria vida.

 

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