ATÉ TU, QUEIROGA! por Babyne Gouvêa

Queiroga e Bolsonaro em live (Foto: Reprodução)

Quando assumiu o Ministério da Saúde, confesso que fiquei dividida: por um lado, não gostei de ver um paraibano servindo a esse governo; por outro, ponderei que por seu currículo médico seria bom para o país.

Qual o quê! Assistindo a uma live do presidente, pude vê-lo enredando a Sua Excelência como uma criança faz junto ao seu professor sobre um colega.

Vi também o ministro ouvir passivamente do presidente a defesa do uso de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a ivermectina. Fiquei desolada, com uma vergonha do tamanho da Paraíba.

Digamos que o ministro estivesse do lado de cá, fora do governo. Como reagiria àquela cena, àquelas palavras e às manchetes reproduzidas a seguir?

– Mudanças de orientação expõem falta de coordenação no Ministério da Saúde;

– Ministro suspende vacinação de adolescentes;

– Anvisa se mantém favorável à vacinação de adolescentes com a Pfizer;

– Governo muda orientação para esconder a falta de vacinas;

– Municípios surpreendidos por mudança de orientação;

– Nova orientação é tentativa de camuflar a falta de vacinas;

– Órgão do próprio Ministério da Saúde recomenda manter vacinação;

– Precisa Medicamentos é alvo de busca e apreensão com aval do STF;

– 54% de reprovação do desempenho do presidente na pandemia.

Como esclarecer esse nebuloso panorama? Prometo que me esforçarei para não cotejar o Doutor Queiroga com o seu antecessor.

A LIVE DAS CRIANÇAS, por Ana Lia Almeida

Na Educartte, a proposta máxima do recurso live de professores, pais e alunos é manter o vínculo afetivo com as crianças

Imagem meramente ilustrativa copiada de jornalminuano.com.br

Eu não vou ir não, mamãe, detesto essas lives. É tudo fingimento, eles não falam com a gente de verdade. Pode falar de volta, pra ver se eles respondem.

Não, não estou com saudade da professora. Eu sei que tá chegando o dia das professoras, mas agora é o dia das crianças e isso daí não tem jeito de festa.

Prefiro ficar aqui brincando sozinho, mesmo, em vez de tentar brincar pelo computador.  Você já tentou brincar pelo computador, mamãe?  Não dá certo. Dá certo jogar, postar vídeo no TikTok, assistir no YouTube. Mas brincar, não tem como.

Eu quero ir na Pracinha com meus amigos. Na praia, então. Tá vendo, não pode nada, é uma merda, esse negócio de coroavírus. Falo, sim, merda, merda, merda!

Ah, por favor, por favorzinho…Prometo não falar mais palavrão, prometo tudo que você quiser. A gente vai  de máscara e leva aquele negócio das “medidas necessárias”…

Mas por que? Porque não não é resposta! Eu vi no jornal, tá todo mundo indo na praia e no shopping. É você que não deixa, mamãe. Então fique você assistindo essa live ridícula, eu já disse que não quero.

E no parquinho pode?