O ano era 1982, ano de alvíssaras. Afinal, o brasileiro ia às urnas depois de um longo tempo de proibições. Lampejos de esperança do retorno à democracia davam sinais com as eleições diretas para governador, interrompidas durante a ditadura militar.
A perspectiva de poder votar despertou na população anseio de participar efetivamente do pleito. Era um tempo bom de se envolver nas eleições.
Seguindo essa lógica foi relativamente fácil o engajamento na campanha do PMDB da Paraíba. Encerrado o horário do ofício partíamos para cidades próximas à capital para acompanhar a caravana dos nossos candidatos.
Numa dessas empreitadas partimos à noite para Pedras de Fogo, cidade paraibana que divide território com Itambé, cidade pernambucana.
Estranho entender a logística dos palanques, mas logo compreendida. De um lado o PMDB da PB reunido na boleia de um caminhão, muito usada para esse fim, à época. Do outro lado, em solo pernambucano, o PMDB discursava utilizando instalações semelhantes.
O ambiente entre os eleitores era civilizado, e o respeito ditava as normas entre adeptos e opositores. Esse clima proporcionava conforto à população pois não havia espaço para animosidades.
Santinhos, faixas e adesivos eram distribuídos e havia receptividade por parte de todos os presentes, independentemente de apoiar o PMDB ou PDS, principais partidos no páreo.
O cansaço, muitas vezes, batia e o jeito era dormir no caminhão, com risco de servir de obstáculo. Foi o que aconteceu. O candidato ao Senado de Pernambuco, Cid Sampaio, quis ser cordial com os colegas de partido do estado vizinho e tropeçou num corpo sonolento. Cheirou o chão do caminhão, literalmente.
A escada colocada para “alçar” o palanque enfrentava congestionamentos, num sobe e desce frenético. Esbarrão com o candidato ao governo da Paraíba, Antônio Mariz, era o desejo de todos os partidários. Orador simpático, talentoso e defensor dos humildes me fez deixar de lado a ética, como mesária naquele ano, para lhe dar um abraço. Os demais colegas de mesa seguiram o meu comportamento.
Naquela noite em Pedras de Fogo fomos prestigiados por presenciar o abraço da dupla peemedebista Antônio Mariz e Marcos Freire, candidato ao governo de Pernambuco, ambos com verve de estontear até o eleitor menos informado.
Os ânimos para as eleições convergiam para uma ansiedade coletiva, em face de uma longa espera imposta pelo regime militar. O estado emocional dos eleitores em nada comprometia a sua conduta de cidadão. Tudo ocorria em clima civilizatório.
Hoje, hostilidade impera contra eleitores. Insultos, mentiras, ódio são destilados intimidando os contrários à frente ditatorial. Neste cenário horrendo resta-me reconhecer que era feliz e não sabia.
ERA FELIZ E NÃO SABIA, por Babyne Gouvêa
Transposição pode custar R$ 150 milhões por ano à Paraíba
Se depender do governo Bolsonaro, a Paraíba vai pagar cerca de R$ 150 milhões por ano para ter direito à água da transposição do Rio São Francisco, segundo estimativa divulgada no último dia 8 pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), ex-Ministério da Integração.
Juíza suspende fim do racionamento em Campina
A juíza Ana Carmem Pereira Jordão Vieira, da 2ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu na tarde de hoje (21) o fim do racionamento de água tratada em Campina Grande e região, anunciado em entrevista coletiva concedida de manhã pelo governador Ricardo Coutinho na sede da Gerência Regional da Cagepa, naquela cidade.
TSE decide cassar e afastar de imediato o governador e o vice do Amazonas
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou nesta quinta-feira (4), por compra de votos, o governador do Amazonas, José Melo, e o vice Henrique Oliveira. Com isso, foi mantida decisão tomada em 2016 pelo Tribunal Regional Eleitoral daquele Estado.
TRE cassa governador. No Pará
Com a celeridade de um bicho-preguiça, somente há pouco tribunais regionais eleitorais começaram a desovar processos que há quase três anos esperam julgamento e cassação de governadores acusados de se reelegerem abusando da máquina estatal para desequilibrar a disputa em favor deles, que guardam no bolso a chave do cofre público e a poderosa caneta fazedora de contratos, nomeações e votos.
Delegado paraibano que é secretário no RN critica governador
A crise no Rio Grande do Norte decorrente dos confrontos sangrentos no Presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta, pode derrubar do cargo de secretário estadual de Justiça, ainda hoje (19), o delegado de Polícia Civil da Paraíba Walber Virgolino. Saiba porque adiante.
Ricardo veta projetos que prejudicariam consumidor
Mais dois vetos do governador Ricardo Coutinho foram publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) na edição desta terça-feira (27), barrando propostas de dois deputados de oposição – Raniery Paulino (PMDB) e Tovar Correia Lima (PSDB). Ambas, se transformadas em lei, prejudicariam o consumidor.
Ricardo veta leis que beneficiariam deficientes e consumidores
Dois projetos de lei de em favor de pessoas com deficiência e consumidores foram vetados pelo governador Ricardo Coutinho. Os vetos foram publicados no Diário Oficial do Estado, edição do último dia 23.