ERRAR É HUMANO, por José Mário Espínola

Em texto recente nos debruçamos sobre ditados populares que vêm sendo submetidos à prova pelos políticos em evidência. A maioria desses provérbios vem confirmando a sabedoria popular. Porém alguns poucos não passaram na prova da aplicação prática.

No pleito para presidente de 2018, devido à ausência de opções densamente confiáveis no centro do espectro ideológico, o Brasil afunilou para a radicalização e a eleição se transformou numa lapinha de fim do ano: Cordão Azul contra Cordão Encarnado. Venceu o Cordão Azul.

Foi a eleição do Contra: os eleitores em sua maioria votaram contra este ou contra aquele candidato. Venceu aquele que foi menos rejeitado no segundo turno.

O resultado foi realmente atípico. Pois o candidato eleito apresentou um currículo muito pobre, de uma linha no máximo. A sua folha corrida exibia apenas 28 anos seguidos de mandato inexpressivo de deputado federal, quando os poucos minutos de fama que teve revelaram uma mente vazia dotada de uma personalidade pobre, que só aparecia por atitudes polêmicas por ele provocadas para ganhar os seus 15 minutos de fama e logo a seguir desaparecer no limbo da Câmara Federal.

O fato é que ele nunca apresentou ao longo da campanha um plano de governo que justificasse um voto sequer. Na realidade, ele só divulgou promessas… Promessa de acabar “com isso tudo que está aí”, com “a velha política do toma-lá-dá-cá”, com o “aparelhamento do PT”, com “a mamata no governo”, com “a corrupção da esquerda”, com o funcionalismo público.

Ele disse ser contra o desarmamento, os radares de estrada, contra os limites de bom senso no trânsito representados pela pontuação da habilitação e contra a Lei Rouanet, o que significa ser contra a cultura brasileira. E por aí foi.

Ele nunca participou de um debate para expor as suas idéias (?), como torná-las realidade ao assumir o governo. Pois fora esfaqueado por um doido e foi se beneficiando por seguidos atestados médicos, igual ao que fazem os maus funcionários públicos tão criticados por ele.

Na ausência de coisa que considerasse melhor, boa parte do eleitorado, cansada de alguns exageros dos governos populares, em declínio após dois mandatos exitosos do ponto de vista econômico, administrativo, de conquistas sociais, de erradicação da pobreza, de conquista do respeito das nações do mundo, esses eleitores despejaram seus votos e suas esperanças nesse candidato, apesar da mediocridade explícita, acreditando que ele mudaria o país para o seu ideal de melhoria.

Após 5 anos de muita agitação social, alimentada pela grande imprensa e pelas chamadas mídias sociais, esperavam finalmente alcançar a paz tão ansiada. Mas não foi o que aconteceu: até hoje os brasileiros não sabem o que é paz.

Assim que assumiu, o presidente eleito não parou de disseminar o ódio contra tudo e contra todos. Exceto contra os seus filhos, que ele protege com unhas e dentes. Puro instinto: mesmo as aves de rapina, mesmo as feras são capazes de fazê-lo. Os jacarés escondem na boca. No caso em tela, a proteção vale mesmo que estejam errados. E como estão!

Pois é, assim que assumiu a presidência, ele assumiu, também, o cargo de Líder da Oposição ao seu governo, revelando uma forte tendência suicida. Sem querer revela outra faceta: a incapacidade de enfrentar adversidades. Como nunca tem uma resposta lógica para um problema, ele cria um caso, uma confusão.

É este clima de ódio crescente, de tragédia iminente, que está dominando o país. E assustando a maioria de pessoas simples que compõe o eleitorado do Brasil, avessas à política, e que decidiram o seu voto na última eleição justamente para acabar com tudo o que estão lamentavelmente assistindo.

Mas o tempo, implacável, está aí para mostrar que cometeram um erro. É claro que em sua grande maioria não tinham a mínima intenção de dar a sua chancela para os desacertos que vêm seguidamente se revelando. Mas não deixam de ter algum grau de responsabilidade, pois fizeram a escolha que acharam mais acertada.

No curso do atual mandato, muitos estão na prática tomando conhecimento do que construíram com os seu votos. E sentindo os efeitos terríveis de tal escolha dentro de casa, no cotidiano de quem vive, no Brasil, um filme de horror, um pesadelo do qual têm a chance de despertar em 2022.

Despertar e consertar. Afinal, é como diz o sábio ditado: “Errar é humano; repetir o erro, coisa do demônio!”

É BOM ESCLARECER
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