Vereador Joãozinho da Estaca (Foto: PB Vale)

Aconteceu terça-feira (11). Em vez de cuidar do coração enfartado de um idoso levado ao Hospital Geral de Mamanguape (HGM), quem o atendeu passou-lhe remédio para o estômago, deu alta, mandou o paciente voltar para casa e descansar. Em casa, ele tomou o Omeprazol que lhe fora prescrito e descansou. Para sempre.

O caso, assim resumido, chegou ontem (12) ao conhecimento do blog. Foi denunciado pelo vereador João Ferreira Filho, o Joãozinho da Estaca (PSD), que acusa o HGM por negligência e erro médico. Ele é filho de João Ferreira, 74 anos, o homem que sofreu o infarto e teria sido tratado com o medicamento indicado para distúrbios estomacais.

De acordo com áudios postados por Joãozinho em redes sociais, seu pai acordou anteontem sentindo fortes dores no peito. Ainda pela manhã, foi levado ao hospital. Supostamente atendido na forma como o vereador contou, seis horas após dar entrada no HGM, João recebeu alta. Cerca de três horas após a saída do hospital, o paciente faleceu em casa, enquanto dormia. Apenas o laudo da autópsia foi capaz de comprovar o enfarte como causa da morte.

Ainda segundo o filho da vítima, o caso apresenta indícios de negligência médica. Além do possível erro no diagnóstico, o médico plantonista não teria examinado com atenção o paciente. João Ferreira também foi submetido a exames de eletrocardiograma, mas quem o atendeu não teria conseguido identificar a origem das dores do paciente, tratando como um caso de problemas estomacais.

“Nós lutamos mais de 10 anos para termos um hospital regional aqui na cidade, que pudesse nos trazer atendimento médico de qualidade e agora o que nós temos são dois matadouros: o bovino e o humano”, desabafou Joãozinho da Estaca.

“Nós já havíamos recebido reclamações sobre o atendimento no hospital. Claro que não podemos generalizar, pois existem grandes profissionais atuando nesse hospital, mas meu pai e outros cidadãos de Mamanguape receberam atendimento desqualificado, realizado por profissionais irresponsáveis”, comentou, sem citar nomes dos “irresponsáveis”.

Joãozinho da Estaca pretende levar o caso ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), aos quais solicitará abertura de investigação sobre os procedimentos que teriam contribuído para a morte de seu pai. Também anunciou a criação de uma comissão na Câmara dos Vereadores com o objetivo de fiscalizar o funcionamento do hospital.

“Vamos entrar com essas ações no CRM e no MP para que seja possível investigar esses casos de negligência e punir alguém, pois é inaceitável que isso continue acontecendo. Hoje foi meu pai, quem será o próximo? É preciso encontrar e responsabilizar os culpados”, disse o vereador.

O Blog tentou diversos contatos telefônicos com o HGM, mas nenhuma das ligações foi atendida.