FALÁCIA DO DESARMAMENTO (3), por Arnaldo Costa

(Foto por mera ilustração: Antônio More/Gazeta do Povo)

Como prometido na 2ª parte desse assunto, vamos aqui conversar sobre os mitos e verdades sobre o uso de armas de fogo. Já o Projeto de Lei nº 3.722/2012 que revoga o famigerado Estatuto do Desarmamento ficará para outra ocasião, devido ao seu detalhamento.

Para falar sobre esses mitos e verdades vou me valer de estudos feitos pelo Instituto Defesa quando alinha 52 mitos e suas verdades. Logicamente, vamos escolher alguns deles para apresentar. Aqueles que quiserem saber mais detalhes, favor acessarem o portal desse Instituto (www.defesa.org).

Mito 1 – O desarmamento foi eficaz para reduzir a criminalidade no Brasil.
A Verdade: Com a vigência do Estatuto do Desarmamento, os índices de homicídios e crimes violentos aumentaram e muito, mesmo o país passando por um período de melhorias econômicas e sociais.

Mito 2 – Se o cidadão comum portar arma, ele atirará em qualquer um por causa de brigas de trânsito, crimes passionais ou brigas de vizinhos.
A Verdade: Não há prova disso. Antes do Estatuto do Desarmamento o índice de crimes praticados por cidadãos que possuíam armas legais era de aproximadamente 0.005 (cinco milionésimos por cento). Número próximo ao de países desenvolvidos. O cidadão que não mata ninguém não passará a fazê-lo pelo simples acesso à arma.

Mito 3 – Só deveriam portar arma a polícia e as Forças Armadas.
A Verdade: Restringir o porte de arma a determinadas categorias não assegura a redução da violência. Pelo contrário, proporciona o aumento de arbitrariedades cometidas por esses órgãos. Realmente, costumam estar aptos a usar armas, mas normalmente não são quem mais treinam nem tampouco aqueles mais aptos a utilizá-las. Um atirador esportivo iniciante não raramente efetua 300 disparos semanais, o que equivale a 12.000 disparos mensais ou 14.400 disparos anuais. Número muito dificilmente alcançado pela esmagadora maioria dos policiais e militares durante toda a carreira.

Mito 4 – Armas não são eficientes para a defesa pessoal de mulheres.
A Verdade: Apenas 3% dos estupros são consumados quando a vítima está armada. Nos EEUU, o país mais armado do mundo, estima-se que 550 estupros são evitados diariamente graças ao uso de uma arma de fogo.

Mito 5 – É mais provável você ser ferido se reagir a um assalto.
A Verdade: No caso do assalto, a chance de você ser ferido sem esboçar reação é de 25%. Reagindo com arma de fogo, essa chance cai para 6%. Reagindo de modo “não violento”, a chance é de 40%.

Mito 6 – Ter uma arma de fogo em casa é suficiente. Você não precisa sair com ela pra rua.
A Verdade: Em um quarto das vezes em que uma arma é usada para defesa, isso é feito fora de casa. 77% dos crimes violentos ocorrem em locais públicos, e não dentro de casa.

Mito 7 – Homicídios com arma de fogo são a principal causa de morte no Brasil.
A Verdade: Doenças cardíacas são a principal causa de morte no Brasil, seguidas por doenças cérebro-vasculares, de acordo com OMS. Além disso, ainda que essa informação fosse verdadeira, isso só comprovaria a total ineficácia do desarmamento civil no combate à violência.

Mito 8 – As armas legais vão parar nas mãos dos bandidos que as usam para praticar crimes.
A Verdade: Não há nenhum dado confiável sobre isso. Ainda que fosse verdade, o acesso às armas sempre foi e será fácil. As fronteiras brasileiras são convites para entrada de armas.

Mito 9 – Apenas pessoas violentas são favoráveis ao pleno acesso às armas pelo cidadão.
A Verdade: Só se você considerar como violentas pessoas como Thomas Jefferson, John Kennedy, Mahatma Gandhi, Dalai Lama, Aristóteles, George Orwell e tantos outros nomes famosos, e eu.

Mito 10 – A campanha do armamento faz parte do lobby das armas, o interesse é da indústria de armas visando o lucro.
A Verdade: A campanha contra o Estatuto do Desarmamento não representa essa ou aquela indústria nem qualquer associação. Representa, na verdade, 60 milhões de brasileiros que, por livre inciativa, votaram CONTRA o desarmamento no Brasil. Além disso, a intenção não é lutar por lucro, mas dar o direito a quem deseja de comprar arma e munição para se defender, sem interferência do estado.

Mito 11 – Seu filho pode pegar sua arma e dispara-la sem querer, acertando a si mesmo ou ferindo a outro inocente.
A Verdade: Nos Estados Unidos, o país com maior número de armas privadas do mundo, o índice de acidentes com armas de fogo provocados por crianças é ínfimo e vem reduzindo constantemente nas últimas décadas, apesar do aumentos de armas por habitante.

Mito 12 – Quanto menos armas em circulação, menos crimes.
A Verdade: A correlação entre armas e crimes é fraca e negativa, ou seja, quanto mais armas, menos crimes. No Brasil, especificamente, após o Estatuto do Desarmamento, os Estados que mais aderiram ao desarmamento também tiveram os aumentos mais significativos na violência urbana.

Mito 13 – Você porta armas porque as ama ou pra mostrar ser mais homem.
A Verdade: Eu porto arma porque amo a vida e amo as pessoas que a fazem valer a pena. E homens de verdade sabem cuidar de suas famílias e de si mesmo.

Mito 14 – Uma polícia melhor treinada, equipada e bem remunerada resolveria o problema da criminalidade.
A Verdade: Nas regiões mais policiadas do país existe cerda de 1 policial para cada 300-500 habitantes. Seria impossível monitorar tanto espaço e tanta gente. A segurança é uma obrigação individual que, em regra, não pode ser delegada de maneira eficiente para outros. Seria o mesmo que deixar de se equipar com extintores de incêndio e caixas de mangueiras com a alegação que temos bons Corpos de Bombeiros.

Mito 15 – Com as armas à venda facilmente é mais fácil que um louco ou maníaco consiga uma arma e saia cometendo atrocidades.
A Verdade: Em qualquer país do planeta, desenvolvido ou não, o acesso às armas ilegais é muito fácil. Quem quer comprar uma arma, compra. Na Inglaterra tem 1,5% do território brasileiro e não conseguiu impedir o tráfico de armas. As armas sempre estarão disponíveis. Desarmamento significa, exclusivamente, impedir a chance de defesa da vítima.

  • Você pode não gostar de armas; é um direito seu. Você pode não acreditar em Deus; é uma escolha sua. Mas quando bandidos invadem sua casa, as duas primeiras coisas que você fará: chamar alguém com armas e rezar a Deus que chegue a tempo”. (Allen West)

O autor é Professor de Administração Pública, Coronel ex-SubCmt Geral da PMPB, Pós-Graduado em Filosofia

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