Videira em Catolé do Rocha (Foto: Ascom/UEPB)

Em uma área de 2,5 mil metros quadrados no município de Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba, um projeto da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) consegue produzir uma média de 18 quilos de uva Isabel roxa de alto padrão em cada planta de videira cultivada inteiramente dentro dos princípios e técnicas da agricultura orgânica.

O cultivo é desenvolvido desde 2011 em terreno da Escola Agrotécnica do Cajueiro por alunos e professores do curso de Licenciatura em Ciências Agrárias do Campus IV da UEPB. Além de produzir uva, o projeto desenvolveu métodos de avaliação da qualidade da fruta e análise da escala do pH, através da qual determina-se o grau de acidez do solo.

José Geraldo, professor que coordena o projeto, garante que “tudo é feito sem uso de agrotóxicos e com o desenvolvimento de uma irrigação localizada, que é a aplicação de água diretamente sobre a zona radicular das culturas, em pequenas quantidades, porém durante um longo período de tempo”, informa texto divulgado ontem (23) pela Universidade.

“Ao longo desses anos temos conseguido importantes resultados com a aplicação de biofertilizante a partir do uso de esterco”, conta o professor José Geraldo, lembrando que nesse tipo de agricultura não se usa qualquer tipo de agrotóxico.

“Como a uva ainda é nova, nós enfrentamos à vezes algumas dificuldades, mas temos conseguido realizar duas podas por ano, o que nos proporciona colher a fruta tanto para estudo, como também para consumo interno na escola e distribuição junto a comunidade acadêmica e moradores da região”, diz.

No total, são cultivadas 216 plantas na videira, onde são colhidas uvas que por suas características têm sabor diferente daquelas cultivadas em outros locais. “A nossa uva é bem mais doce do que as que normalmente existem no mercado. Pela forma como cultivamos, ela tem uma concentração de açúcar maior. Tudo que fazemos aqui é com base ecológica, orgânica, e isso é justamente o diferencial do projeto”, acrescenta o coordenador.

Outras frutas

“Com o uso da irrigação localizada a partir da construção de poços nos arredores do Campus, o próximo passo do projeto será o cultivo de outros tipos de frutas a partir da mesma metodologia. Também estão sendo plantadas mudas de coco, banana, maracujá, mamão e abacaxi. Contudo, um convênio assinado com a Embrapa de Fortaleza (CE) possibilitará o uso de uma área reservada para o plantio de mudas de cajueiro e outro espaço onde será desenvolvida a multiplicação dos clones desta fruta”, revela texto de divulgação da UEPB sobre o projeto em Catolé do Rocha.

“Pretendemos transformar essa região com outras fruteiras. Já avançamos no cultivo do abacaxi e temos a possibilidade de trabalhar a pesquisa junto com a Embrapa de Fortaleza a partir desse convênio. Até bem pouco tempo não existia a irrigação com biofertilizante e nós conseguimos desenvolver algo que tem o poder de aprimorar o desenvolvimento e o cultivo de vários tipos de frutas”, ressalta José Geraldo.

• Com informações e texto da Assessoria de Comunicação da UEPB