Ao ver a foto acima me senti estimulada a manifestar gratidão a quem sempre me incentivou.
Para alguém que se atreve a escrever não há nada melhor do que ter um escritor de valor a lhe inspirar. Vale a pena mantê-lo por perto quando os seus exemplos de sabedoria podem lhe enriquecer.
Na infância, tinha como colega de classe aquela que se tornaria uma das minhas musas das letras, e amiga também: Marta Pessoa. Era nosso costume frequentar a biblioteca do Colégio Lourdinas, onde estudávamos e, ali, trocávamos ideias sobre leituras.
Durante as aulas, ela costumava sentar em carteiras da primeira fileira. Disciplinada para melhor absorver as explicações dos professores, fazia intervenções inteligentes no momento oportuno.
Desde cedo, na fase mais elementar do primário, ela já se destacava nos estudos. O nível de suas redações era excepcional. Sempre lidas em voz alta, para estímulo da turma, ficávamos boquiabertas questionando como era possível uma criança escrever com tanta criatividade.
Crescemos, atingimos a fase de decidirmos qual profissão seguir. Fui em direção ao curso bem próximo às bibliotecas – Biblioteconomia -, e a minha amiga trilhou as ciências exatas – Matemática. Tornei-me bibliotecária e ela professora de informática. Ambas desenvolvendo as suas funções na UFPB.
A sua sombra de boa escritora sempre me perseguiu. Desenvolta, inteligente e irrequieta, nunca se acomodou intelectualmente. Correu mundos; conheceu lugares e contatos importantes para o seu enriquecimento pessoal e profissional.
Continuou produzindo escritos, publicados em vários ambientes. Nas redes sociais tem inúmeros seguidores, admiradores de sua escrita correta e bem-humorada. Por ser eclética, é referenciada por vários autores e, comumente, convocada para palestras sobre envelhecimento e tecnologia da informação.
Partiu para a publicação de livros, dentre os quais se destaca: “É Tempo de Cuidar: eles envelheceram, e agora?”, onde aborda questões que afligem cuidadores familiares, filhos, amigos ou responsáveis, diante da fragilidade da velhice.
Marta Pessoa foi além. Escreveu um outro livro, no qual reuniu as suas crônicas: “Zignau: Doze Mulheres Implacáveis e Um Homem Em Pânico”.
Com essa obra à disposição dos leitores na Livraria Travessa, de São Paulo, teve a honra de trocar autógrafos com a célebre escritora espanhola Rosa Montero, durante encontro entre as damas das letras.
“Zignau…” contempla histórias bem contadas e com forte dose de humor. A originalidade e clareza da escrita, além da riqueza do imaginário da autora, incentivam uma leitura ininterrupta, sem intervalos. São narrações saborosas e divertidas.
Sinto orgulho em tentar descrever o mínimo da escritora paraibana Marta Pessoa. Ela é muito maior, sendo necessário um conteúdo de várias laudas para alcançar a sua grandeza intelectual.