Cássio não foi citado por Machado, esclarece assessoria do senador

Através de nota encaminhada pelo jornalista Joilton Costa, a Assessoria de Imprensa do senador Cássio Cunha Lima esclareceu na tarde desta sexta-feira (17) que em nenhum momento da delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, aparece o nome do atual líder do PSDB no Senado. Na verdade, juntamente com o senador Aécio Neves, o parlamentar apenas assina nota do seu partido rebatendo as acusações do delator. O esclarecimento, reproduzido a seguir, desmente nota publicada no Correio Braziliense compartilhada pelo Blog do Rubão nesta data.

  • Prezado Rubens, no seu prestigioso blog foi publicada a postagem “Citados, Cássio e Aécio divulgam nota contra Machado”, compartilhando notícia publicada no site do jornal Correio Braziliense desta quinta, 17.
    Devo registrar que em nenhum momento o nome do senador Cássio Cunha Lima foi citado pelo ex-presidente da Transpetro no seu acordo de delação premiada. Peço, portanto, que o texto seja esclarecido, tendo em vista a credibilidade que têm o seu blog e as suas opiniões.
    Mesmo procedimento já foi adotado junto ao jornal Correio Braziliense para que a devida correção seja promovida.

Citados, Cássio e Aécio divulgam nota contra Machado

Após terem sido citados na delação premiada de Sérgio Machado, na últma quarta-feira (15/6), os senadores Aécio Neves, Cássio Cunha Lima e o deputado Antônio Imbassahy escreveram uma nota rebatendo as acusações feitas pelo ex-presidente da Transpetro. Divulgado pelo PSDB, o texto afirma que o delator “usou indevidamente o nome do partido para benefício próprio”.

É com esse parágrafo que o Correio Braziliense introduz em sua edição desta sexta-feira (17) nota assinada pelos líderes do PSDB no Congresso sobre as novas revelações de Sérgio Machado, o ex-presidente da Transpetro que com sua delação já derrubou três ministros do governo interino de Michel Temer. Leia mais clicando aqui.

Machado cita propinas a Sarney Filho e ao PSDB

“A comparação entre as informações prestadas pela Camargo Corrêa aos procuradores da Lava Jato e a delação premiada de Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, sugere que a empreiteira omitiu dois pagamentos de suborno”, diz a Folha de S. Paulo em matéria publicada na madrugada desta sexta-feira (17). Machado garante ter pago uma propina de R$ 400 mil a José Sarney Filho, em 2010, e o equivalente hoje a R$ 1,5 milhão para a campanha do PSDB em 1998. “A Camargo Corrêa sempre foi um grande doador das campanhas tucanas”, revelou Machado aos investigadores da Lava Jato.

Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente do presidente interino Michel Temer, nega ter recebido recursos ilegais do ex-aliado de seu pai e chamou Machado de “picareta”. Em nota, o PSDB lembra que o delator – senador e líder do partido no governo Fernando Henrique Cardoso – jamais ocupou cargos executivos na gestão tucana, o que o impossibilitaria de negociar vantagens. Segundo a nota, os crimes cometidos por Machado ocorreram na gestão do PT.

Para ler a matéria completa da Folha, clique aqui.

Temer é citado pelo menos 25 vezes em delações e planilhas

Sérgio Machado, o “Gravador-Geral da República”, como diria o irreverente José Simão, divulgou nota na noite desta quinta-feira (16) na qual reafirma que Michel Temer pediu dinheiro (de origem que o presidente interino saberia ser ilícita) para a campanha de Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo pelo PMDB, em 2012. O pedido teria sido feito em setembro de 2012 numa conversa na Base Aérea de Brasília.

“Após esta conversa mantive contato com a empresa Queiroz Galvão, que tinha contratos com a Transpetro, e viabilizei uma doação de R$ 1,5 milhão feita ao diretório nacional do PMDB; o diretório repassou os recursos diretamente à campanha de Chalita. A doação oficial pode ser facilmente comprovada por meio da prestação de contas da campanha do PMDB”, diz Machado em sua nota, divulgada após manifestação de Michel Temer negando tanto o encontro quanto o pedido de dinheiro para a campanha de Chalita.

O nome do presidente interino aparece pelo menos 25 vezes em planilhas de supostas propinas e delações premiadas da Lava Jato e operações anteriores da Polícia Federal. Em 2009, durante Operação Castelo de Areia, a PF apreendeu na casa de um executivo da Camargo Corrêa documentos nos quais Temer é citado 21 vezes ao lado de quantias que somam US$ 345 mil.

Em 2014, já com a Lava Jato, nova planilha de executivos da mesma empreiteira relacionava o então vice-presidente a dois pagamentos de US$ 40 mil por projeto de pavimentação em Araçatuba e pela duplicação de uma rodovia em Praia Grande, cada um deles estimado em US$ 18 milhões.

Ainda em 2014, a PF apreendeu um celular de José Aldemário Pinheiro, dono da OAS, e no aparelho descobriu conversas nas quais o deputado Eduardo Cunha questionava o empreiteiro por ele pagar R$ 5 milhões de reais a Temer de uma vez e adiar o repasse a outros líderes do PMDB.

Em 2015, Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, disse aos investigadores da Lava Jato que o lobista Fernando Baiano operava para Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer no esquema de corrupção da Petrobrás.

Em fevereiro deste ano, o senador Delcídio do Amaral (MS), envolveu Temer em um caso de aquisição ilegal de etanol por meio da BR Distribuidora, ocorrido entre 1997 e 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

(com UOL e Carta Capital)

Deu na Folha: peemedebistas confirmam detalhes da delação de Machado

Sob o título ‘Partilha ingrata’, a nota de abertura da coluna Painel da Folha de São Paulo de hoje diz que  “ao menos um ponto da delação de Sérgio Machado é confirmado por pessoas que viveram os bastidores do PMDB em 2014”. Refere-se ao fato de Michel Temer ter reassumido naquele ano o comando do partido “para arbitrar a distribuição de R$ 40 milhões encaminhados pelo PT, depois de caciques da Câmara reclamarem que só senadores eram beneficiados”. Acrescenta que Temer voltou a presidir o seu partido em julho de 2014, quando a Câmara era presidida por Henrique Alves e a liderança do PMDB na Casa estava entregue a Eduardo Cunha.