MUSICOTERAPIA, por Babyne Gouvêa

João Gilberto (Foto: Divulgação)

Na vida nem tudo são flores. Temos ciência disso. Mas há alternativas para suavizar momentos difíceis. A música é uma delas.

Ouvir João Gilberto e sua genialidade como músico é ter a certeza de que muitas turbulências são momentâneas. A sua batida de violão com influências do jazz na bossa nova soa como um bálsamo para o espírito.

As notas musicais ecoam dissipando angústias. Rivotril não é páreo para elas. Perde feio. Dançar, ao som do gênio, conduz movimentos abstraídos amansando os músculos retesados.

Acompanhar músicas interpretadas por João Gilberto inspira criação de caminhos para uma vida saudável. Auxilia a afastar mazelas involuntárias, tornando-as tênues.

Podem soar como exagero as premissas acima, mas não custa tentar. Talvez surta efeito em alguns casos. A suavidade da voz do cantor é direcionada aos ouvidos como um fármaco natural. Se bem não fizer, mal não faz.

A musicoterapia evolui lentamente tomando conta do corpo e mente. É um processo que não demanda formação ou treino musical. Basta estar disposto a instalar em si o bem-estar. A mobilização e o relaxamento proporcionados pela boa música contribuem para a qualidade de vida.

Qualidade de vida envolve o bem-estar espiritual, físico, emocional e outras circunstâncias da vida. Ela manifesta uma síntese de todos os elementos que determinam uma saudável existência.

Como boa joãogilbertiana, asseguro que sentir a música desse artista pressupõe condições ao prazer cotidiano do indivíduo. O canto sussurrado e a batida do violão penetram fundo no coração dos sensíveis ao conforto existencial.