UMA TARDE MEMORÁVEL, por José Mário Espínola

Francisco Antônio recebeu ontem (17) o título de Cidadão de João Pessoa (Foto: CMJP)

Fomos até a Câmara dos Vereadores de João Pessoa, na tarde desta quarta-feira, prestigiar o amigo escritor Francisco Antonio Cavalcanti, que receberia o Título de Cidadão Pessoense.

O que poderia ter sido um rito formal terminou transformando-se numa cerimônia extremamente agradável. Isso graças ao discurso proferido pelo vereador Bruno Farias que, longe de ser maçante, agraciou os presentes com palavras muito felizes, na saudação que fez ao homenageado. Na companhia prazerosa do juiz Gustavo Urquiza, ouvimos com atenção o orador.

Adotando o tema O Homem Que Vê Com o Coração, para a sua fala, Bruno tomou como linha de condução a evolução da dificuldade visual de Francisco Antonio, desenvolvida na juventude, agravada na vida adulta até a ausência da visão nos dias de hoje. Paralela à evolução clínica, Bruno traçou a evolução científica do homenageado.

Descreveu com maestria a sua trajetória de vida, desde a sua formação acadêmica em Natal, que é a sua cidade de nascimento, crescendo e evoluindo até os melhores cursos do país e do exterior. Em todos Francisco Antonio se destacou. Graças a essa excelente formação acadêmica foi escolhido para importantes cargos no Governo da Paraíba.

Falou de sua descoberta, na juventude, da nossa cidade. Do deslumbramento com a beleza da arquitetura religiosa. Com o Parque Solon de Lucena, a Lagoa. E com a visão que teve do arco do Cabo Branco.

Embora a visão tenha ficado totalmente prejudicada, isso não o impediu de vir a tornar-se um mestre disputado pelas universidades e cursos de mestrado, inclusive no exterior. Hoje é professor aposentado da Universidade Federal da Paraíba, aproveitando o tempo livre para escrever livros e artigos, já tendo publicado cinco romances.

Bruno expôs toda a vida do homenageado de forma concisa, segura, retilínea. Com oratória agradável, a voz sem impostação brindou a todos os assistentes com uma palestra muito agradável, numa retórica poética, porém sem cair na cilada do apelo sentimental.

Depois, o novel cidadão agradeceu a homenagem, revelando que ao chegar aqui teve uma paixão fulminante por João Pessoa, cidade que lhe deu a sua esposa Mabel, seu prêmio maior.

A cerimônia terminou com a audição do belo Hino de João Pessoa, que eu confesso que não conhecia. Muito bonito!

Lá fora encontramos um delicioso entardecer de final de inverno. Foi, realmente, uma tarde inesquecível.