CPI É POUCO! por José Mário Espínola

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Cena do documentário “Nuremberg: Sua Lição para Hoje” (de Stuart Schulberg, concluído em 2010), sobre o julgamento que entre 1945 e 46 julgou 21 membros da elite do Terceiro Reich (Imagem copiada da revista Exame)

Instalado no dia 20 de novembro de 1945, apenas seis meses após a rendição incondicional da Alemanha e fim da Segunda Grande Guerra na Europa, o Julgamento de Nuremberg estendeu-se por um ano, encerrando no dia 1º de outubro de 1946.

Ao longo desse período, o regime nazifascista foi exposto em sua mais profunda intimidade. O mundo (alemães inclusive) pôde acompanhar horrorizado como foi possível um psicopata seduzir e perverter a mente de toda uma nação.

Foi exposto todo o processo de nascimento, desenvolvimento e perpetuação de um plano sinistro que envolveu aquele país e trouxe consequências funestas para todas as nações do planeta.

Naquela corte, um tribunal penal internacional instalado só para esse fim, foram julgados os principais personagens do nazismo alemão: líderes, ministros, generais, políticos, médicos, empresários, aristocratas, eles foram em sua quase totalidade condenados a penas que variaram da prisão até a forca.

A maioria alegou em sua defesa que cumpria ordens de Adolf Hitler, o facínora que implantou um dos maiores regimes de terror da história. Semelhante a Josef Stalin na União Soviética e Pol Pot no Camboja. Para escapar do julgamento do homem, covardemente ele havia se suicidado poucos dias antes do fim da guerra.

Seus generais tentaram fugir também covardemente, usando todo tipo de estratagema. Alguns conseguiram escapar, a maioria para a Argentina e o sul do Brasil, onde havia muitos seguidores do nazismo. Outros, os mais capazes, foram cooptados pelos Estados Unidos e pela União Soviética, onde puderam desfrutar de uma vida de impunidade.

Os maiores líderes, os maiores responsáveis por esse regime de terror, escaparam do cumprimento da pena capital, de ser pendurado numa corda, ingerindo cápsulas de cianureto.

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Seis meses após ter sido instalada no Senado, chega ao fim a Comissão Parlamentar de Inquérito aberta para investigar a atuação de autoridades brasileiras no enfrentamento da pandemia que assola o mundo desde fevereiro de 2020, especialmente no Brasil.

Nesses quase dois anos, o país assistiu horrorizado às revelações sobre o comportamento de líderes, ministros, militares, políticos, médicos, empresários, aristocratas, governadores, secretários, subalternos do terceiro escalão, durante a pandemia, muitos dos quais contribuíram para o agravamento da crise sanitária que estamos vivendo, com prejuízo de centenas de milhares de vidas e da economia.

Muitos desses implicados tentam fugir covardemente, alegando que cumpriam ordens. Ao final, ficou bem clara a responsabilidade do principal elemento, o líder maior, a quem pode ser atribuída a principal responsabilidade pelo agravamento da pandemia, com as consequentes mortes resultantes dela.

Ele pecou por ação e omissão, por imperícia, por imprudência e por negligência. Se médico fosse (e por felicidade nossa não o é), seria condenado tendo como base o artigo 1º do Código de Ética Médica (CEM):

  • É vedado ao médico:
    Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.

Um tribunal penal a ser instalado deverá apurar todas as responsabilidades, não somente os ilícitos praticados durante a pandemia.

Entre os ilícitos, crimes contra a saúde pública, pela ação de dificultar a prevenção e o tratamento da Covid, por agir contra as medidas sanitárias de usar máscaras e manter distanciamento social. E, especialmente, por vir combatendo de forma institucional a vacinação da população, único recurso para escapar da morte.

Se tivesse agido de forma oposta, teria evitado a maioria das mais 600 mil mortes de brasileiros, que enlutaram número igual de famílias, muitas das quais acreditaram nele.

Crimes contra a humanidade, bem caracterizados pela perseguição institucional a índios, quilombolas e todas as classes sociais de baixa renda. Crimes contra a natureza. Crimes contra a ordem econômica e social. Crimes contra a educação. Crimes contra a cultura. Crimes contra negros. E, finalmente, por tornar o Brasil um pária das nações do mundo.

Muitos outros crimes serão denunciados contra o cidadão-maior, seus filhos e comparsas. A maioria cometidos cumprindo um plano sinistro, obedecendo a um roteiro de filme de terror para a instalação de um regime nazifascista no Brasil. E boa parte favorecendo empresários desonestos e outros facínoras, como os mineiros que estão matando índios e poluindo os rios da Amazônia.

Esperamos que um dia sejam todos julgados antes que possam deflagrar um conflito pior, interno ou externo. Não por uma CPI, mas por um novo Nuremberg. Sem direito a cápsulas de cianuretos que lhes permitam fugir da responsabilidade.

MAIS FLEX, MAIS MORTES

Secretário de Saúde de João Pessoa diz não ter sido convocado oficialmente  para depor da CPI da Covid-19 e alega que emitiu "opinião de cidadão" -  ClickPB

Fábio Rocha, secretário de Saúde de João Pessoa (Foto: ClickPB)

Frouxidão fatal – Perto de atingir 3 mil mortes e dona da maior taxa de contaminação por covid entre as capitais do Nordeste (1,39), em João Pessoa cada grupo de 100 infectados pode infectar mais 139. Mesmo assim, o prefeito Cícero Lucena prega maior flexibilização no novo decreto de restrições a ser baixado até sexta (18) pelo governador João Azevedo. “Para equilibrar funcionamento (leia-se abertura de atividades não essenciais) com distanciamento”, disse ontem (15), em entrevista. 

Psicótico e ridículo – O secretário de Saúde de João Pessoa voltou a bombardear hoje (16) a CPI da Covid. Entrevistado ao vivo no Bom Dia Paraíba, da TV Cabo Branco, a artilharia bolsonarista de Fábio Rocha disparou os adjetivos ‘psicótico’ e ‘ridículo’ contra quem investiga o governo Bolsonaro por atrasar a vacinação. Sem atrasos, vacinas teriam salvado pelo menos 100 mil do meio milhão de brasileiros que a pandemia já matou.

Idosos salvos – Deu n’O Globo. Estudo do estatístico Rafael Izbicki, professor da Universidade Federal de São Carlos (SP), mostra que apenas entre maiores de 65 anos a vacinação contra o corona livrou 1.512 pessoas da morte no Rio. Além, evitou 3 mil internações, economizando R$ 210 milhões de gastos com hospital. Pesquisa usou dados sobre covid de 18 de janeiro (início da vacinação) a 14 de maio último.

Bandeira vermelha – É preciso esclarecer o seguinte: até onde entendi, não é a conta de luz (toda) que pode subir 20%, mas a taxa da bandeira tarifária (vermelha 2, este mês). Com isso, o adicional por cada 100 quilowatts-hora consumidos deve aumentar de R$ 6,243 para R$ 7,571 no próximo boleto. Segundo previsão de André Pepitone, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

  • Com informações do blog Conversa de Política (Jornal da Paraíba), TV Cabo Branco, Estadão e O Globo

 

Líder da oposição anuncia que já tem assinaturas necessárias para instalar CPI

Tovar Correia Lima diz ter coletado 12 assinaturas (Foto: Roberto Guedes/Arquivo JP)

Líder da oposição na Assembleia, o deputado Tovar Correia Lima (PSDB) anunciou ontem (30) que já tem as 12 assinaturas para instalar a CPI dos Codificados, proposta para investigar pagamento de salário a mais de 8 mil pessoas pelo Governo do Estado sem que saiba quanto cada um ganha e onde trabalha, se trabalha.

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Oposição vai à Justiça contra arquivamento da CPI do Empreender

Deputada Camila Toscano, do PSDB (Foto: Assessoria)

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa decidiu recorrer à Justiça contra a decisão do presidente do Poder, Gervásio Maia, de arquivar a CPI do Empreender Paraíba, criada para investigar denúncias de irregularidades e uso eleitoral do programa de micro-crédito do Governo do Estado.

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Promotor que multou Energisa desmente ‘Golpe do Fio Preto’

Glauberto Bezerra: “confusão” (Foto: Rádio Tabajara)

O promotor de Justiça Glauberto Bezerra, de João Pessoa, jogou ontem (17) um balde de água gelada no chope de deputados estaduais e vereadores da Capital que querem instalar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Energisa e o chamado ‘Golpe do Fio Preto’.

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Deputado reúne assinaturas suficientes para instalar CPI contra a Energisa

O deputado Anísio Maia (foto) saiu na frente, formatou um requerimento para investigar o ‘Golpe do Fio Preto’ e rapidamente conseguiu hoje (15) apoios e assinaturas de 20 colegas da Assembleia Legislativa para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre suposta fraude cometida pela Energia contra os consumidores em 2003.

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