CONCURSO TERAPÊUTICO, por Babyne Gouvêa

Carta dos Enamorados do tarô (imagem meramente ilustrativa: Terra)

Certa região do país assolado pela pandemia resolveu lançar um concurso de modelos de abstração com essências afáveis, para abrandar o sofrimento da população no período covidiano. Seria vencedor o autor de uma proposta fértil em empatia e sabedoria na arte de amar.

Um pensador, exímio nas conquistas amorosas, pensou logo em submeter à competição à “magia do encontro”, um tipo de pensamento eficaz para duelar com o vírus letal. Resolveu apresentá-la como um elixir terapêutico contra a tragédia sanitária que se abateu na nação acéfala de uma condução efetiva e responsável.

Lançou uma argumentação defendendo o amor como um ato político, capaz de reverter o quadro de depressão dos habitantes, social e emocionalmente fragilizados, vítimas do desdém dos governantes.

Na ânsia de ganhar a prova, prometeu fantasias talvez demasiadas, convicto de que a sua intenção soaria como um bálsamo no momento sombrio das incertezas virais, e portanto, seria o vencedor.

Muitas proposições foram expostas à comissão formada para avaliar qual delas teria o mérito de salvaguardar o espírito destruído da população. Chegou, então, a vez do pensador ter a sua propositura apreciada.

Um dos integrantes da comissão ficou em êxtase, totalmente encantado com a descrição da “magia do encontro” do pensador, despertando a curiosidade dos demais avaliadores em conhecer a tal beleza que estava sendo lida. Exigiram que fosse reproduzida para conhecimento de todos:

A MAGIA DO ENCONTRO

Os enamorados estão olho a olho, com a respiração ofegante e as palavras parecem não sair. A voz trêmula denuncia a ansiedade de ambos, como à espera de uma reprimenda. Mãos suando, mesmo as experiências anteriores sem garantirem a tranquilidade naquele momento, afinal é um encontro, e ainda que não seja o primeiro pode ser aquele encontro especial.

Do lado de fora do ambiente onde estão, a cidade continua com suas luzes frias, os faróis, os sons, os odores… Estão lá fora, enquanto no interior a luz cria contornos e nuances que parecem novos, inspiradores. O olho no olho do começo e a expectativa dão lugar a algo muito mais complexo, muito mais intenso, algo que deixa o ar tão denso que é possível cortá-lo, literalmente.

Estranhas palavras são ditas, atitudes que não são usuais, mas que são tão essenciais quanto o sentimento brotado entre eles. É puro romantismo, é o modelo de um encontro de almas que a história relatará como encontro perfeito. É uma situação que flui, que surge, que nasce, simplesmente acontece. E querendo ou não os dois acabam admitindo o encontro casual recheado de sensações ardorosas.

O momento elaborado é absoluto, duas almas estão abertas ao encontro. Esse encontro decisivo não é criado, surge. Não tem hora marcada, tampouco roteiro. Acontece, naturalmente.

Embora possa parecer banal para quem sabe o que significa esse cenário, é fácil entender que não depende de algo, são os olhares que se cruzam, os tons, os odores, os sons mudam e o encanto toma conta dos dois. É a magia do encontro que poucos conhecem e os que conhecem jamais esquecem.

A comissão instaurada pelo concurso resolveu aprovar por unanimidade a proposta do Pensador, que foi comunicado da decisão e questionado se queria acrescentar algo, ao que ele respondeu positivamente.

Agradecendo, reafirmou o que almejava discursar há tempos, e de forma enfática bradou:

– O amor é símbolo de coragem, leveza e poder. Devemos ousar e vencer o negacionismo, utilizando o amor como estratégia terapêutica, política e revolucionária.

DO MITO AO MINTO, por Juca Pirama

Gripezinha' testa 'histórico de atleta': Bolsonaro irá recuar após infecção  pela COVID-19? - Sputnik Brasil

(Imagem: Sputiniknews)

Ontem, no dia em que as mortes por Covid ultrapassaram o total de 300 mil, desde o primeiro caso no dia 17 de março de um ano atrás, o Brasil foi surpreendido por notícias alvissareiras.

A primeira foi pela manhã, quando o presidente do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, promoveu uma reunião com os presidentes da República, Sr. Jair Messias(?) Bolsonaro; do Supremo Tribunal Federal, ministro Luis Fux; e da Câmara, deputado Artur Lira.

Esta reunião, tão desejada pela população enlutada e pela parcela que ainda tem esperança, selou, espera-se, a união dos Poderes constituídos em prol da unificação das ações de saúde dedicadas à pandemia que assola o planeta, em especial o nosso país.

Foi criada uma comissão mista com o objetivo de unificar o combate à Covid, potencializando e unificando as ações de saúde realizadas pelo Ministério da Saúde, os governos estaduais e municipais, e distribuindo os insumos e equipamentos necessários a todos os cidadãos.

Pelo menos foi o que anunciou o senador Pacheco… A reticência fica por conta da máxima de que, no Brasil, quando não se quer resolver um problema, cria-se uma comissão. Mas eu acho que essa irá funcionar, sim. Pois parece que a tragédia sanitária finalmente sensibilizou os senhores políticos.

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A outra boa notícia foi a declaração do presidente da Câmara, deputado Artur Lira. Ele enquadrou o presidente(?) da República, Jair Bolsonaro, exigindo deste um bom comportamento, em todos os sentidos, fazendo-lhe ameaças constitucionais.

Artur Lira, ocupando a presidência da Câmara com o apoio explícito e decisivo de Bolsonaro, surpreendeu assim a todos nós. Ele fez em dois meses o que Rodrigo Maia não fez em dois anos.

Agindo assim, tanto o deputado Lira quanto o senador Pacheco conferiram Bolsonaro à sua real dimensão: a insignificância. Demonstraram-lhe que a nação é maior do que ele. Que o país pode passar com ele, sem ele ou apesar dele.

Que Jair Bolsonaro não passa de um adorno feio totalmente perdido na beleza do Palácio do Planalto…

Coincidência ou não, na noite anterior ele havia feito um pronunciamento à nação, durante o qual relatou como realização sua tudo aquilo que não fez, até o momento. Reafirmou, assim, a sua alcunha de O Minto.

Ficou evidente que o pronunciamento não foi muito bem recebido, dada a manifestação espontânea de panelaços pelo Brasil inteiro.

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Não perdendo a oportunidade, liguei para o amigo patriota:

– E aí, Verde & Amarelo, tudo bem? Ontem foi um dia histórico: pela manhã o presidente do Senado assumiu o protagonismo e fez O Minto recolher-se à sua insignificância. E à tarde O Minto foi ameaçado veladamente pelo presidente da Câmara, caso não quisesse se recolher. Como homem dos bastidores que você é, o que acha que o G.O., Gabinete do Ódio, vai fazer? Vai deixar por isso mesmo? Ou vai reconhecer a própria covardia, botar o rabinho entre as pernas e num fazer nada? Não vai espalhar nenhuma sujeirazinha dos dois políticos? Ou será que o G.O. já não mais destila esses ódios todos? Será que o G.O. não passa de um WC pestilento (daqueles de posto de gasolina) anexado ao gabinete do presidente?

Tut-tut-tut… A ligação caiu antes que ele respondesse.

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