Quatro anos depois de quase fechar por falta de estacionamento para clientes, o Cassino da Lagoa estaria agora na dependência de aparecer alguém disposto a investir em manter aberto e funcionando o mais tradicional restaurante do centro de João Pessoa.
Estive lá ontem (17) para almoçar com a Professora Madriana, minha companheira. “Vão lá dar uma força, pois é uma tristeza ver ambiente tão agradável, onde servem comida tão boa, tão sem gente na hora do almoço”, pediu uma amiga. Atendemos.
Realmente… Pra quem frequentou o Cassino nos bons tempos, dá um aperto no coração ver o seu salão vazio. Como vi nessa terça, quando apenas três mesas a mais se formaram após a nossa chegada, ao meio-dia. Ficamos até mais ou menos uma e meia da tarde.
Saímos satisfeitos e fartos com o sempre delicioso Frango na Chapa, mas preocupados com o destino do Cassino. Pelo que entendi de rápida conversa com o garçom que nos atendeu, a arrendatária do prédio estaria firmemente decidida a ‘passar o ponto’.
Quem assumir o Cassino muito provavelmente terá que recuperar instalações, mobiliário e equipamentos, adequar cardápio e preços, conseguir da Prefeitura ampliação do estacionamento, abrir para o jantar e oferecer outros atrativos além de comes e bebes.
Que tal, então, música ao vivo (voz e violão suaves, por exemplo), lançamentos de livro, vernissages e comemorações diversas, incluindo aniversários e casamentos que podem ocupar a varanda externa (uso também a ser negociado com a Prefeitura)?
Essas e outras são variantes de uma operação de resgate do brilho do Cassino como ponto de encontro, convergências e divergências de diversos segmentos políticos ou empresariais, categorias profissionais e expoentes da boemia intelectualizada da cidade.
A Prefeitura bem que poderia entrar nessa história, firmar parcerias e deflagrar um processo mais amplo, efetivo e consistente que reintegre todo o nosso Centro Histórico – Cassino incluído – à movimentação cultural que fugiu de lá e – pelo visto – se perdeu na praia.