DOMINGO FATÍDICO, por Babyne Gouvêa

Imagem copiada da Revista Piauí (foto sem crédito na publicação)

Há coisas na vida de difícil compreensão. Da noite para o dia o nosso emocional pode dar uma guinada de diâmetro assustador. No meu caso o motivo tem nome: o fatídico domingo, dia 8 último.

Fiquei literalmente impactada com o que assisti. À medida que as imagens eram exibidas um misto de ansiedade e medo tomava conta do meu âmago. E o mais frustrante foi o sentimento de impotência por não poder fazer absolutamente nada naquele instante.

Imaginem assistir uma barbárie com passividade, soltando apenas gritos de indignação! Os selvagens com ar sarcástico esboçavam semblante triunfante, filmando os seus vandalismos.

Atribuo o nível de atrocidade, em parte, ao nosso precário sistema de educação, desde sempre no nosso país. Se a educação formal fosse priorizada existiria consciência crítica entre os cidadãos. Haveria o senso de cidadania e o zelo pelo patrimônio histórico-cultural. Com isso, provavelmente, o terror não teria acontecido. Um bom exemplo são as edificações preservadas durante a Segunda Grande Guerra, na Europa.

Qual a importância dos prédios criados por Oscar Niemeyer, arquiteto antológico autor do projeto arquitetônico de Brasília, para quem defeca em seus mobiliários? O que representa uma tela de Di Cavalcanti para quem cultua um pneu como divindade? O que significa um relógio trazido ao Brasil por D. João VI para quem planeja atentado com bomba em caminhão de querosene?

Na seita que foi formada por um ignóbil líder, tudo é possível e justificado por falsas premissas. O famigerado mito não passa de um capeta com discípulos vítimas de sua cilada maquiavélica.

Autoridades, constituídas para comandar a segurança das instituições, estiveram ausentes, comprovando a sua cumplicidade nos atos danosos. Pensar que há quem os defenda ultrapassa o limite da racionalidade.

Os responsáveis pelas ações cruéis terão que responder por sua improbidade. Terão que aprender a viver numa civilização democrática, onde o respeito pela Constituição é dever do verdadeiro e responsável patriota.