Brejo depende da transposição para voltar a ter água tratada e encanada

O ‘Plano A’ de Bananeiras seria a barragem de Jandaia, construída no município, mas o reservatório está com apenas 5% do seu volume total (10 milhões de metros cúbicos), podendo repetir em breve o colapso de 2018 mostrado nesta foto, copiada do site Solânea Online

Mesmo em ritmo acelerado, demora no mínimo um ano a construção de uma adutora para abastecer regularmente de água o Brejo seco e sedento da Paraíba, previu ontem (8) o engenheiro Francisco Sarmento, ex-secretário de Recursos Hídricos do Estado.

Sarmento foi procurado pelo blog para apontar alternativas que restabeleçam o abastecimento de água tratada para Bananeiras e Solânea, suspenso pela Cagepa em razão do esvaziamento da barragem de Canafístula, construída em Borborema.

Diante do anúncio das providências a serem adotadas pelo governo estadual, Sarmento concorda com a opção pela adutora, mas lembra que tudo depende de reativação da transposição de águas do rio São Francisco.

“Sem a retomada do Eixo Leste, de onde veio a água até Boqueirão em 2017 para salvar Campina Grande do colapso, nada feito”, adverte Sarmento, com a autoridade de quem foi consultor da equipe técnica que formatou o projeto da transposição no Governo Lula.

Reconhecido no meio acadêmico e profissional como um dos maiores especialistas em recursos hídricos do país, ele diz que a adutora Campina-Brejo pode ser construída no curto prazo (um ano) se o governo optar por uma tubulação de engate rápido.

“A adutora de engate rápido atende a determinadas urgências, mas é um tipo mais precário, mais vulnerável e, portanto, pode dar margem a desvios e eventuais vandalismos”, ensina Sarmento, que também é Professor Doutor em Engenharia Civil da UFPB.

Ele acredita ainda ser prudente avaliar se não seria mais viável uma adutora a partir do Canal Acauã-Araçagi, em vez de ‘puxar’ água de Campina via estação de tratamento da barragem Nova Camará, como anunciado pelo governador João Azevedo.

“Como diz o poeta Beto Guedes, ‘um mais um é sempre mais que dois’, mas temo e lamento que esse Plano B talvez não tenha sido cogitado face à inconclusão de uma obra que foi licitada – veja só! – em 2010, ou seja, há 11 anos”, observa.

E, mesmo que o canal estivesse pronto, uma adutora para levar água do Acauã-Araçagi aos municípios brejeiros de Esperança, Remígio, Solânea e Bananeiras também dependeria da retomada das operações do Eixo Leste da transposição do São Francisco.

“Sem as águas franciscanas, resta torcer e rezar para que os paliativos aventados minorem o sofrimento do povo da região”, disse Sarmento, referindo-se ao fornecimento emergencial e improvisado de água por carro-pipa, poços artesianos e chafarizes.

Adutora inaugurada pelo governo também atrasa água para Campina

A adutora de Coxixola, recém-inaugurada pelo Governo do Estado, está captando água da transposição do Rio São Francisco; consequentemente, diminui a vazão destinada a encher o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, e atrasa o fim do racionamento em Campina Grande.

Clique para ler mais

Na Paraíba, água do São Francisco chegou primeiro a Princesa Isabel

Jeová e políticos locais comemoram água da Transposição em Princesa (Foto: Ascom/JC)

Nem Monteiro nem Cajazeiras. Na Paraíba, a água da Transposição do Rio São Francisco chegou primeiro a Princesa Isabel, graças à Adutora do Pajeú, de Pernambuco. Municípios vizinhos – como Tavares, Matureia, Imaculada e Taperoá – também deverão ser beneficiados em breve.

Clique para ler mais

Quintans: Sarmento acusou Cássio de abandonar adutora inexistente

Francisco Quintans, ex-secretário estadual de Infraestrutura (Foto: Portal do Curimataú)

O ex-deputado Francisco Quintans (Foto: Portal do Curimataú)

“Como abandonar um projeto inexistente?”. O questionamento é do ex-deputado Francisco de Assis Quintans, que foi secretário de Infraestrutura do Estado, em resposta à afirmação de Francisco Jácome Sarmento, ex-secretário de Recursos Hídricos da Paraíba, de que o governo de Cássio Cunha Lima (2003-2009) teria abandonado a obra de uma adutora de Acauã para abastecer o município de Campina Grande.

Clique para ler mais

Ex-secretário revela: governo Cássio abandonou adutora que evitaria colapso em Campina

Francisco Jácome Sarmento: adutora Gramame-Campina é inviável (Foto: Arquivo/JP)

Sarmento: adutora Gramame-Campina é inviável (Foto: Arquivo/JP)

Entrevistado nesta sexta-feira (9) pelo blog, o Professor Francisco Jácome Sarmento revelou que Campina Grande teria hoje como evitar o colapso de abastecimento de água, mesmo sem contar com a transposição do São Francisco. Teria se o governo de Cássio Cunha Lima (PSDB) não tivesse abandonado a obra de uma adutora que levaria água da barragem de Acauã até a Estação de Tratamento de Gravatá, que serve àquela cidade e também a Queimadas.

Clique para ler mais

Ministério libera R$ 13 milhões para Estado construir adutoras

Adutora de engate rápido (Foto: Câmara de Campina Grande)

Adutora de engate rápido (Foto: Câmara de Campina Grande)

O Ministério da Integração Nacional anunciou no começo da tarde desta terça-feira (12) que disponibilizou R$ 13,2 milhões para o Governo da Paraíba aplicar na construção de adutoras de engate rápido – estruturas que captam e conduzem a água até o sistema de abastecimento dos municípios. “As adutoras terão um papel fundamental no abastecimento das cidades paraibanas com restrição hídrica”, diz nota da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).

Clique para ler mais