Professores debatem hoje em JP reforma do ensino médio

Cena de 'Tempos modernos' (Chaplin, 1936) satiriza a 'inserção no mercado' prometida pela reforma do ensino médio

Cena de ‘Tempos modernos’ (Chaplin, 1936) satiriza a ‘inserção no mercado’ prometida pela reforma

Professores de Educação Física de todo o Estado, particularmente de João Pessoa e de Campina Grande, são esperados hoje (27) à tarde na Capital para debater a reforma do ensino médio e definir estratégias de mobilização da categoria contra as mudanças a serem implementadas através de medida provisória enviada por Michel Temer ao Congresso Nacional. Um dos objetivos do governo é desobrigar as escolas de oferecerem, além de Educação Física, disciplinas como Artes, Filosofia e Sociologia.

O encontro será realizado a partir das 14h na Escola Municipal Aruanda (Rua Gutemberg Morais Paiva, 245, Bancários) tendo com debatedor o Professor Roberto Rondon, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Horário e local do debate foram comunicados ao blog pelo Professor Lauro Pires Xavier Neto, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Ele anunciou ontem que os professores de Educação Física começaram a se mobilizar no final de semana e, como primeiro movimento de pressão contra reforma, devem visitar todos os gabinetes de deputados federais para pedir que eles votem contra a MP que está na Câmara.

Nesta terça-feira, o Professor Lauro Xavier Neto divulgou que “a mensagem enviada ao Congresso, pelo Ministro da Educação, aponta dados de pesquisa da Fundação Victor Civita (Editora da Revista Veja) e afirma textualmente que a proposta se alinha às recomendações do Banco Mundial e cita (Jacques) Delors para defender uma visão integrada do estudante para uma proposta que retira a obrigatoriedade de disciplinas como Educação Física e Artes”. E reproduz trechos da mensagem (leiam a seguir) que confirmam a informação:

Atualmente o ensino médio possui um currículo extenso, superficial e fragmentado, que não dialoga com a juventude, com o setor produtivo, tampouco com as demandas do século XXI. Uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Cebrap, com o apoio da Fundação Victor Civita – FVC, evidenciou que os jovens de baixa renda não veem sentido no que a escola ensina. (…)

Um novo modelo de ensino médio oferecerá, além das opções de aprofundamento nas áreas do conhecimento, cursos de qualificação, estágio e ensino técnico profissional de acordo com as disponibilidades de cada sistema de ensino, o que alinha as premissas da presente proposta às recomendações do Banco Mundial e do Fundo das Nações Unidas para Infância – Unicef. (…) apoiará a implementação de proposta baseada não apenas em mais tempos de aula, como também em uma visão integrada do estudante, apoiada nos quatro pilares de Jacques Delors: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, buscando uma formação ampla do jovem, tanto nos aspectos cognitivos quanto nos aspectos socioemocionais…”.

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